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FRANÇA
Engenheiro desenvolve aparelho que evita que telefones recebam chamadas em locais como teatros e cinemas
Inventor cria arma contra celular chato
RODRIGO AMARAL
de Paris
Um inventor francês considera
ter encontrado a solução para uma
das mais odiosas contra-indicações do avanço tecnológico: o telefone celular impertinente.
Raoul Girod, 54, engenheiro residente em Lyon, pretende começar, até o fim do ano, a comercialização do "Brouilleur" (em português, seria algo como "embaralhador"), um aparelho que evita
que os celulares toquem em locais
onde possam causar danos aos
nervos de outras pessoas.
O público-alvo de Girod são os
teatros, cinemas, salas de universidades, igrejas e outros lugares
em que o silêncio é bem-vindo.
A lógica do aparelho é simples.
Uma antena de rádio intercepta a
ligação telefônica e evita que o telefone toque. Outra antena emite
um sinal para a companhia que
emitiu o chamado (em São Paulo,
por exemplo, seria a Telesp).
Se o chamado for urgente (as
companhias francesas vão definir,
em seus registros de clientes,
quem vai deter esse tipo de status,
como médicos e policiais), a empresa emite novo sinal, que dessa
vez chegará a seu destinatário.
Caso contrário, a chamada é direcionada à caixa postal do usuário do telefone. Ao deixar o ambiente protegido, o telefone toca e
avisa ao proprietário que ele tem
uma mensagem à sua espera.
"Impedir que o telefone toque é
fácil. Meu aparelho é inteligente
porque permite que as chamadas
de emergência sejam completadas", diz Girod, sem pecar pelo
excesso de modéstia.
O aparelho, que tem o tamanho
de uma caixa de sapatos, deverá
ser vendido, segundo Girod, por
cerca de US$ 1.700. "Não é caro
para uma empresa", acredita o
inventor.
Ele diz ainda que o aparelho poderá ter diversas configurações,
permitindo a proteção de áreas variadas contra os celulares chatos.
Um estádio de futebol, afirma
Girod, teria necessidade de dois
aparelhos instalados em pontos
opostos.
Para que o aparelho tenha sucesso comercial, ele aposta no nível
de exigência do sensível público
francês, ainda não acostumado
com o crescimento do mercado de
telefone celular no país -em dois
anos, passou de 1,6 milhão de
usuários para 7,1 milhões.
As empresas francesas do setor
colocam à disposição de seus assinantes uma variedade de sinais
musicais de chamada que deixam
qualquer um com o cabelo em pé.
Esses sinais vão desde trechos da
"Marselhesa" (hino nacional da
França) até a inefável "Pour Elise", composta pelo polonês Frederic Chopin no século passado e
tristemente colocada em evidência, no Brasil, pelas companhias
de entrega de gás.
Girod afirma ainda estar em
contato com as empresas operadoras da Itália, Espanha e Alemanha, onde também pretende vender seu aparelho.
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