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ORIENTE MÉDIO
Serão soltos 540 palestinos ao todo, sendo 210 militantes dos grupos terroristas; ANP considera medida insuficiente
Israel libertará membros do Hamas e do Jihad
DA REDAÇÃO
O gabinete do premiê israelense, Ariel Sharon, aprovou a libertação de 540 prisioneiros palestinos, sendo 210 deles pertencentes
aos grupos terroristas Hamas e Jihad Islâmico. A informação foi
divulgada a jornalistas por uma
importante autoridade israelense
que acompanha Sharon em viagem aos EUA.
A libertação dos prisioneiros
deve acontecer ainda nesta semana. Também estão na lista de libertados 210 membros do Fatah.
Não está claro se eles seriam integrantes do grupo terrorista Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, ligado ao Fatah (facção política do
presidente da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat).
O restante dos prisioneiros que
devem ganhar a liberdade é composto por palestinos que cometeram crimes, mas que são desvinculados de grupos terroristas.
A votação foi aprovada por 14
votos a favor e nove contra no gabinete de Sharon. Na votação, não
foi definido o número, mas sim os
critérios para a libertação. Os 540
prisioneiros se encaixariam nesses critérios, segundo uma autoridade israelense.
A votação revoga decisão anterior do gabinete, que impedia a libertação de membros de grupos
terroristas. O Hamas e o Jihad Islâmico são responsáveis por dezenas de atentados terroristas contra israelenses, que já deixaram
centenas de mortos.
A ANP quer a libertação de pelo
menos 3.000 palestinos de um total de 7.700 que estão nas prisões
israelenses. Até agora, Israel concordou apenas em libertar algumas centenas.
Segundo o plano de paz, Israel
não tem a obrigação de libertar
prisioneiros. Mas a libertação dos
palestinos ajuda a estabelecer a
confiança mútua entre os dois lados, conforme prevê o plano.
A decisão de libertar os prisioneiros também busca mostrar ao
presidente dos EUA, George W.
Bush, que Israel está empenhado
em alcançar a paz. Sharon e Bush
se reúnem amanhã em Washington, dias após encontro do presidente americano com o premiê
palestino, Mahmoud Abbas, mais
conhecido como Abu Mazen.
A visita de Mazen a Bush foi
considerada um sucesso pelos palestinos. Os EUA prometeram
ajudar os palestinos e fizeram críticas a Israel.
Insuficiente
O ministro da Defesa de Israel,
Shaul Mofaz, afirmou que os prisioneiros libertados não oferecem
grandes riscos à segurança israelense. "Não estamos libertando
assassinos que possuem sangue
em suas mãos", disse. Israel se recusa a soltar palestinos envolvidos diretamente em atentados
terroristas.
Membros mais radicais do gabinete de Sharon, que votaram contra a medida, disseram que a libertação é arriscada enquanto os
grupos permanecerem armados.
O ministro da Informação palestino, Nabil Amr, disse que a decisão israelense de libertar membros de grupos terroristas poderá
ser considerada uma medida em
busca da paz se for seguida por
outras ações. Para ele, a libertação
anunciada ontem é insuficiente.
Abdel Aziz Hantissi, líder político do Hamas, disse que o grupo
"exige a libertação de todos os prisioneiros", conforme condiciona
o cessar-fogo de grupo.
Israel desmantelou ontem três
postos de controle na Cisjordânia.
Em Ramallah, uma multidão festejou o desmantelamento de um
deles. Com a retirada desse posto
de controle, cerca de cem vilas palestinas voltarão a ter conexão
com Ramallah.
Com agências internacionais
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