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São Paulo, segunda-feira, 28 de julho de 2003

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ORIENTE MÉDIO

Serão soltos 540 palestinos ao todo, sendo 210 militantes dos grupos terroristas; ANP considera medida insuficiente

Israel libertará membros do Hamas e do Jihad

DA REDAÇÃO

O gabinete do premiê israelense, Ariel Sharon, aprovou a libertação de 540 prisioneiros palestinos, sendo 210 deles pertencentes aos grupos terroristas Hamas e Jihad Islâmico. A informação foi divulgada a jornalistas por uma importante autoridade israelense que acompanha Sharon em viagem aos EUA.
A libertação dos prisioneiros deve acontecer ainda nesta semana. Também estão na lista de libertados 210 membros do Fatah. Não está claro se eles seriam integrantes do grupo terrorista Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, ligado ao Fatah (facção política do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat).
O restante dos prisioneiros que devem ganhar a liberdade é composto por palestinos que cometeram crimes, mas que são desvinculados de grupos terroristas.
A votação foi aprovada por 14 votos a favor e nove contra no gabinete de Sharon. Na votação, não foi definido o número, mas sim os critérios para a libertação. Os 540 prisioneiros se encaixariam nesses critérios, segundo uma autoridade israelense.
A votação revoga decisão anterior do gabinete, que impedia a libertação de membros de grupos terroristas. O Hamas e o Jihad Islâmico são responsáveis por dezenas de atentados terroristas contra israelenses, que já deixaram centenas de mortos.
A ANP quer a libertação de pelo menos 3.000 palestinos de um total de 7.700 que estão nas prisões israelenses. Até agora, Israel concordou apenas em libertar algumas centenas.
Segundo o plano de paz, Israel não tem a obrigação de libertar prisioneiros. Mas a libertação dos palestinos ajuda a estabelecer a confiança mútua entre os dois lados, conforme prevê o plano.
A decisão de libertar os prisioneiros também busca mostrar ao presidente dos EUA, George W. Bush, que Israel está empenhado em alcançar a paz. Sharon e Bush se reúnem amanhã em Washington, dias após encontro do presidente americano com o premiê palestino, Mahmoud Abbas, mais conhecido como Abu Mazen.
A visita de Mazen a Bush foi considerada um sucesso pelos palestinos. Os EUA prometeram ajudar os palestinos e fizeram críticas a Israel.

Insuficiente
O ministro da Defesa de Israel, Shaul Mofaz, afirmou que os prisioneiros libertados não oferecem grandes riscos à segurança israelense. "Não estamos libertando assassinos que possuem sangue em suas mãos", disse. Israel se recusa a soltar palestinos envolvidos diretamente em atentados terroristas.
Membros mais radicais do gabinete de Sharon, que votaram contra a medida, disseram que a libertação é arriscada enquanto os grupos permanecerem armados.
O ministro da Informação palestino, Nabil Amr, disse que a decisão israelense de libertar membros de grupos terroristas poderá ser considerada uma medida em busca da paz se for seguida por outras ações. Para ele, a libertação anunciada ontem é insuficiente.
Abdel Aziz Hantissi, líder político do Hamas, disse que o grupo "exige a libertação de todos os prisioneiros", conforme condiciona o cessar-fogo de grupo.
Israel desmantelou ontem três postos de controle na Cisjordânia. Em Ramallah, uma multidão festejou o desmantelamento de um deles. Com a retirada desse posto de controle, cerca de cem vilas palestinas voltarão a ter conexão com Ramallah.


Com agências internacionais


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