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São Paulo, segunda-feira, 28 de julho de 2003

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Premiê do Níger desafia Blair a provar venda de urânio ao Iraque

DA REDAÇÃO

O primeiro-ministro do Níger, Hama Hamadou, desafiou o premiê britânico, Tony Blair, a mostrar provas de que o Iraque havia tentado comprar urânio no país.
"Se o governo britânico tiver evidências para sustentar essa afirmação, será preciso que elas sejam mostradas para que todos possam vê-las", afirmou.
Recentemente, quando foi questionado no Parlamento, Blair disse que "não poderia ser descartada a hipótese de o Iraque ter tentado adquirir urânio para armas nucleares" e manteve sua posição sobre o caso.
A CIA (serviço secreto americano) teria recebido do serviço secreto britânico a informação de uma suposta tentativa de compra de urânio no Níger. A administração dos EUA disse que foi um erro haver incluído o trecho sobre o urânio no discurso sobre o Estado da União proferido pelo presidente George W. Bush em janeiro.
Com as críticas à Guerra do Iraque, Blair tem visto sua popularidade cair, além de ter de enfrentar críticos do próprio Partido Trabalhista. O caso também gerou uma ruidosa disputa entre a rede BBC e o governo britânico.
O diretor da CIA (serviço secreto americano), George Tenet, assumiu a responsabilidade, há duas semanas, por não ter evitado que o trecho fosse incluído no discurso da Casa Branca, apesar das dúvidas da CIA sobre a credibilidade da informação.
A ONU afirma que a informação foi baseada em documentos forjados, mas o governo britânico diz ter fontes diferentes para sustentar essa hipótese.
"Nós fomos o primeiro país africano a enviar soldados para lutar contra Saddam Hussein após a invasão do Kuait, em 1990", disse o premiê do Níger.
"Será que nós enviaríamos material para alguém contra quem lutamos e que poderia destruir metade do mundo com uma bomba nuclear?", questionou Hamadou. "É impensável."
Em entrevista ao jornal "Sunday Telegraph", o premiê afirmou que seu governo não recebeu nenhuma acusação formal de envolvimento com Saddam. "As raízes dessa informação estão na batalha pela opinião pública por parte dos britânicos e dos EUA."
"Não podemos nos envolver na política das nações mais poderosas. Somos um país pobre. Nosso urânio é estritamente controlado, e nossas prioridades são produzir alimentos para a população e oferecer educação para todas as crianças", disse.


Com agências internacionais


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