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POLÊMICA
Decisão do governo de usar 5.000 militares no combate à delinquência é criticada pela oposição
México usa Exército contra crime
OTÁVIO DIAS
da Reportagem Local
A decisão do governo mexicano, anunciada no início de julho,
de transferir cerca de 5.000 militares para participar do combate à
delinquência está causando uma
polêmica sobre uma suposta "militarização" do sistema de segurança pública no país.
"Aproveitaremos a disciplina
militar para aumentar a capacidade da Polícia Federal Preventiva
de forma a poder atender às demandas da sociedade", disse o
ministro do Interior mexicano,
Diodoro Carrasco.
"Consideramos grave e perigoso que se incorporem os militares
à polícia, pois existe o risco de que
se cometam excessos e violações
aos direitos humanos", afirma
Salvador Tinajero, da Comissão
Mexicana de Defesa e Promoção
dos Direitos Humanos.
Segundo políticos oposicionistas, a medida seria inconstitucional. "Quero que me digam em
que país ocorre isso. É evidente
que o Exército não está autorizado a atuar como polícia e muito
menos estar sob as ordens da polícia", disse Pablo Gómez Alvarez,
presidente nacional do Partido da
Revolução Democrática.
Em 7 de julho último, o governo
transferiu 4.899 soldados, 352 veículos militares, 1.862 armas e 99
cachorros para a Polícia Federal
Preventiva (PFP).
A PFP foi criada em novembro
de 98 pelo presidente do México,
Ernesto Zedillo, para coordenar a
política de segurança nos níveis
federal, estadual e municipal.
Também serão unificadas as
polícias rodoviária, migratória e
alfandegária.
Segundo a Secretaria de Governo, a transferência não será permanente. "A PFP é um projeto
cuja consolidação demorará cerca de dois anos, inclusive para a
formação de quadros", disse à Folha um porta-voz da secretaria.
"Enquanto isso, o governo chegou à conclusão de que seria importante o apoio de cerca de 5.000
efetivos do Exército já devidamente formados", afirmou.
Segundo o governo, os militares
serão utilizados em funções de inteligência, contra o crime organizado e na proteção de portos, aeroportos, estradas e fronteiras.
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