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DIPLOMACIA
EUA "esqueceram" região
Bush quer recuperar "agenda latina"
FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON
Os 34 países membros da Cúpula das Américas devem realizar
uma reunião extraordinária em
janeiro de 2004 para discutir políticas de crescimento e desenvolvimento para a região.
O maior interessado no encontro é o presidente dos Estados
Unidos, George W. Bush. Preparando-se para tentar a reeleição
para a Casa Branca em novembro
de 2004, o republicano quer voltar
a se aproximar da chamada
"agenda latina".
A próxima reunião formal do
grupo só ocorreria em 2005, mas
há o interesse de alguns países em
fazer uma reunião antes da prevista (que também será mantida)
pelo fato de a região ter elegido
vários novos presidentes recentemente, alterando significativamente o mapa político do continente.
É o caso de Brasil, Argentina e
Bolívia, por exemplo. O maior patrocinador do encontro fora da
agenda, no entanto, são mesmo
os EUA.
Eleitorado latino
Segundo um graduado funcionário do Departamento de Estado
americano, Bush, especialmente
após os atentados do 11 de Setembro, acabou concentrando sua
política externa praticamente no
Oriente Médio, no Afeganistão e
no Iraque.
Uma das promessas de Bush,
durante sua campanha em 2000,
era aprofundar os laços diplomáticos e econômicos com os países
latino-americanos.
Cerca de 38 milhões de pessoas
da região vivem nos EUA, os latinos constituem hoje a maior minoria no país e formam um eleitorado crucial para a eleição do ano
que vem.
Desde que assumiu, Bush tem
feito questão de ter encontros
com vários dos presidentes eleitos
da região.
Esteve, por exemplo, com cinco
presidentes da América Central e
com os novos líderes de Brasil e
Argentina.
O presidente Bush também tem
largos interesses econômicos na
região, como a aprovação da Alca
(Área de Livre Comércio das
Américas, exceto Cuba) em janeiro de 2005.
Com a resistência do Brasil em
negociar pontos importantes com
os EUA dentro do processo da Alca, os americanos vêm tentando
fechar acordos bilaterais com vários países para tentar enfraquecer a posição brasileira.
Recentemente, os EUA fecharam um novo acordo comercial
com o Chile e começaram a negociar agora com a Colômbia.
A reunião extraordinária da Cúpula das Américas em janeiro do
ano que vem deve ser realizada no
México.
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