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ORIENTE MÉDIO
País teme atentados; Hamas promete novas ações suicidas em retaliação a um ataque aéreo israelense
Aniversário da Intifada põe Israel em alerta
Ramzi Haidar/France Presse
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Dezenas de milhares de pessoas participam de ato do Hizbollah contra Israel, na periferia de Beirute |
DA REDAÇÃO
As forças de segurança de Israel
estão em alerta máxima desde ontem, temendo atentados em razão
da data do segundo aniversário,
hoje, do levante palestino contra a
ocupação israelense, conhecido
também como a Intifada de Al
Aqsa.
Manifestantes saíram às ruas da
Cisjordânia, da faixa de Gaza e de
capitais do mundo árabe como
Cairo (Egito) e Beirute (Líbano)
em passeatas contra Israel e em
apoio aos militantes.
O grupo extremista islâmico
Hamas prometia novas ações suicidas, em retaliação a um ataque
aéreo israelense que matou anteontem dois de seus integrantes e
feriu 27 pessoas na cidade de Gaza.
O alvo da operação era Mohammed Deif, um dos líderes do Hamas que encabeça a lista de terroristas procurados pelo Exército de
Israel. Ele seria o principal especialista em fabricação de explosivos do grupo.
Segundo Matan Vilnai, membro do gabinete de segurança israelense, Deif ficou ferido quando
o carro em que viajava foi atingido por um míssil, mas continua
vivo. Alguns relatos dizem que ele
perdeu um olho.
Como medida preventiva contra protestos palestinos em Jerusalém, Israel proibiu ontem (a
sexta-feira é o dia sagrado islâmico) o acesso à Esplanada das Mesquitas (terceiro lugar mais sagrado do islã) às pessoas com menos
de 40 anos.
Em 28 de setembro de 2000,
Ariel Sharon, atual premiê israelense que à época era o líder da
oposição, visitou o local. A sua ida
foi vista como uma provocação
pelo palestinos. No dia seguinte,
ao menos quatro palestinos morreram em choques com a polícia.
Soldados israelenses morreram
em ataques nos dias seguintes. Os
distúrbios se espalharam pelos
territórios palestinos e acabaram
virando uma nova Intifada -entre 1987 e 1993, a população palestina já havia realizado um levante
contra a ocupação israelense.
Nos últimos dois anos de violência, ao menos 1.570 palestinos
e 601 israelenses morreram. O
presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Iasser Arafat,
acusado por Israel de patrocinar o
terrorismo, foi isolado politicamente. Há oito dias, está sitiado
no único prédio de seu quartel-general em Ramallah (Cisjordânia) ainda não derrubado por
buldôzeres israelenses.
A ação contra Arafat veio em
resposta a um ataque suicida palestino a um ônibus no centro de
Tel Aviv, que matou seis pessoas.
Desafiando uma resolução do
Conselho de Segurança da ONU,
que exige o fim do cerco a Arafat,
Israel diz que as tropas só deixarão o local quando 20 suspeitos de
terrorismo refugiados nos escritórios de Arafat se entregarem.
Apesar do sofrimento resultante dos dois anos de violência, mais
de 80% dos palestinos querem a
continuação da intifada, segunda
pesquisa do Centro de Comunicação e Mídia de Jerusalém.
Além da Intifada e de uma possível guerra contra o Iraque, Israel
lida ainda com ameaças do Hizbollah. Autoridades do país disseram ao "The New York Times"
que o grupo xiita estaria posicionando milhares de foguetes e mísseis no sul do Líbano para eventual ofensiva contra cidades do
norte israelense.
Com agências internacionais
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