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SAÚDE
Ministério brasileiro diz que o produto entrou no país apenas para teste
Brasil recebeu sangue suspeito de ter vaca louca
ÉRICA FRAGA
DE LONDRES
O Brasil faz parte de uma lista de
11 países que, possivelmente, receberam do Reino Unido produtos derivados de sangue contaminados pelo mal de Creutzfeldt-Jakob, a variação humana da doença da vaca louca, informou, ontem, o jornal "The Times".
Depois de novas pesquisas e
rastreamentos do sangue doado
por nove pessoas infectadas, o governo britânico decidiu alertar
cinco desses países, nas últimas
semanas, sobre os riscos.
O Ministério da Saúde confirmou que o governo brasileiro foi
um dos notificados sobre a suspeita de contaminação do produto Replenine VF 500, exportado
pela empresa Bio Products Laboratory (BPL) em 1995.
O ministério informou ainda
que o produto entrou no país apenas para teste com o objetivo de
obter um pré-registro no órgão de
vigilância sanitária. Não foi usado, portanto, em pacientes.
A mesma situação vale para os
lotes de Vigam (imunoglobulina)
de janeiro e março de 1997 e janeiro de 1998, também suspeitos de
contaminação.
A Anvisa (Agência Nacional de
Vigilância Sanitária) foi informada extraoficialmente pelo representante da BPL que o produto foi
importado pela própria empresa
apenas para os testes.
Segundo João Paulo Baccara,
coordenador da Política Nacional
de Sangue e Hemoderivados do
ministério, o governo brasileiro
comprou o produto da empresa a
partir de 1999, depois da suspeita
de contaminação.
O coordenador destacou que
não existe risco de contaminação
de sangue brasileiro e que as compras feitas da BPL após 1999 foram "com total segurança".
O governo britânico enviou cartas a 4.000 residentes no Reino
Unido, nas últimas semanas, informando-os de que estão sujeitos a um risco maior de desenvolverem os sintomas da doença no
futuro. Outras 2.000 pessoas ainda poderão receber as cartas. Todas elas foram receptores de derivados de plasma suspeito.
Tanto os derivados de sangue
exportados como os usados no
Reino Unido foram provenientes
de doações de nove pessoas que
desenvolveram mais tarde o mal
de Creutzfeldt-Jakob.
Até hoje não há registro de paciente que tenha contraído o mal
da vaca louca por transfusão.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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