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Kirchner marcou nova posição na política externa
DE CARACAS
Néstor Kirchner gostava
de recontar uma história: o
dia em que, na Cúpula das
Américas de Mar del Plata,
em 2005, liderou o "enterro
definitivo" da Alca, a zona de
livre comércio continental
promovida pelos EUA.
Ladeado por seu amigo e
aliado, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, e apoiado pelo Brasil, ele dirigiu reunião que disse não à proposta de George W. Bush.
Num estádio, um grupo
capitaneado por cantores de
protesto e líderes esquerdistas, além de Maradona, comemorava, e Kirchner encontrava um lugar de destaque na constelação de governos esquerdistas da região.
Depois de uma década de
menemismo, que tinha "a relação carnal" com os EUA como eixo da política externa
argentina, o governo Kirchner representava uma mudança de tom.
Sem talento retórico ou
qualidades de mediação destacáveis, terminou a vida como secretário-geral da Unasul (União das Nações Sul-Americanas), cargo para o
qual foi eleito por consenso.
Ontem, Chávez lembrou
emocionado da participação
de Kirchner na reunião que
selou a paz entre Venezuela e
Colômbia em agosto passado. Agora, resta ao órgão
buscar um substituto da
mesma estatura política.
Para o cientista político argentino Vicente Palermo, porém, a foto que ficará para a
história não é tão favorável.
Ele critica a aproximação
de Kirchner a Chávez e as oscilações com o Brasil. Ataca
especialmente a maneira como administrou a arrastada
crise por conta da instalação
de uma fábrica de papel no
Uruguai . "Era muito uma retórica latino-americanista
sem muita substância."
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