São Paulo, quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Kirchner marcou nova posição na política externa

DE CARACAS

Néstor Kirchner gostava de recontar uma história: o dia em que, na Cúpula das Américas de Mar del Plata, em 2005, liderou o "enterro definitivo" da Alca, a zona de livre comércio continental promovida pelos EUA.
Ladeado por seu amigo e aliado, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, e apoiado pelo Brasil, ele dirigiu reunião que disse não à proposta de George W. Bush.
Num estádio, um grupo capitaneado por cantores de protesto e líderes esquerdistas, além de Maradona, comemorava, e Kirchner encontrava um lugar de destaque na constelação de governos esquerdistas da região.
Depois de uma década de menemismo, que tinha "a relação carnal" com os EUA como eixo da política externa argentina, o governo Kirchner representava uma mudança de tom.
Sem talento retórico ou qualidades de mediação destacáveis, terminou a vida como secretário-geral da Unasul (União das Nações Sul-Americanas), cargo para o qual foi eleito por consenso.
Ontem, Chávez lembrou emocionado da participação de Kirchner na reunião que selou a paz entre Venezuela e Colômbia em agosto passado. Agora, resta ao órgão buscar um substituto da mesma estatura política.
Para o cientista político argentino Vicente Palermo, porém, a foto que ficará para a história não é tão favorável.
Ele critica a aproximação de Kirchner a Chávez e as oscilações com o Brasil. Ataca especialmente a maneira como administrou a arrastada crise por conta da instalação de uma fábrica de papel no Uruguai . "Era muito uma retórica latino-americanista sem muita substância."


Texto Anterior: Entrevista: "Governador ganha força para suceder Kirchner"
Próximo Texto: Executivas polarizam disputa californiana
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.