São Paulo, terça-feira, 29 de janeiro de 2002

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Bush diz que Guantánamo respeita "espírito" das Convenções de Genebra

DA REDAÇÃO

Em encontro com o chefe do governo interino do Afeganistão, Hamid Karzai, em Washington, o presidente dos EUA, George W. Bush, afirmou ontem que os EUA respeitam o "espírito" das Convenções de Genebra, mas descartou aplicá-las aos 158 prisioneiros detidos na base militar americana de Guantánamo, em Cuba.
De acordo com o presidente, os combatentes da rede terrorista Al Qaeda e do Taleban detidos na baía de Guantánamo não serão considerados prisioneiros de guerra, pois são "assassinos", não tendo direito à proteção das leis internacionais.
O vácuo legal em que se encontram os detidos tem provocado veementes críticas de organizações de defesa dos direitos humanos. Elas exigem que Washington os considere prisioneiros de guerra, status que lhes daria direito às proteções legais previstas nas Convenções de Genebra (1949).
Segundo relatos na imprensa dos EUA, começam a aparecer divergências no que se refere à situação dos detidos mesmo dentro da administração americana. O secretário de Estado, Colin Powell, teria pedido ao presidente que os considere prisioneiros de guerra. A informação não foi confirmada oficialmente.
Em sua visita a Washington, Karzai exortou a comunidade afegã dos EUA a contribuir para a reconstrução do Afeganistão. Após a reunião na Casa Branca, Karzai recebeu uma boa notícia de Bush: uma linha de crédito de US$ 50 milhões adicionais para ajudar a financiar a reconstrução do país.

Franceses detidos
Segundo notícia publicada ontem no diário francês "Le Figaro", sete franceses que combateram pelo Taleban no Afeganistão estão detidos na base militar de Guantánamo.
O Ministério das Relações Exteriores da França afirmou, no entanto, que não tinha certeza de que os sete supostos combatentes do Taleban de origem francesa estivessem presos em Guantánamo, conforme publicou o jornal.
De acordo com o diário, os prisioneiros "nasceram todos na França, mas têm pais estrangeiros". Uma missão da Chancelaria francesa foi a Washington na última quarta-feira e, em seguida, dirigiu-se a Guantánamo, onde se encontra atualmente. Essa equipe busca confirmar as informações.
"Não sabemos com certeza nem o número de detidos nem seus nomes", disse François Rivasseau, porta-voz da Chancelaria.


Com agências internacionais


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