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Bush diz que Guantánamo respeita
"espírito" das Convenções de Genebra
DA REDAÇÃO
Em encontro com o chefe do
governo interino do Afeganistão,
Hamid Karzai, em Washington, o
presidente dos EUA, George W.
Bush, afirmou ontem que os EUA
respeitam o "espírito" das Convenções de Genebra, mas descartou aplicá-las aos 158 prisioneiros
detidos na base militar americana
de Guantánamo, em Cuba.
De acordo com o presidente, os
combatentes da rede terrorista Al
Qaeda e do Taleban detidos na
baía de Guantánamo não serão
considerados prisioneiros de
guerra, pois são "assassinos", não
tendo direito à proteção das leis
internacionais.
O vácuo legal em que se encontram os detidos tem provocado
veementes críticas de organizações de defesa dos direitos humanos. Elas exigem que Washington
os considere prisioneiros de guerra, status que lhes daria direito às
proteções legais previstas nas
Convenções de Genebra (1949).
Segundo relatos na imprensa
dos EUA, começam a aparecer divergências no que se refere à situação dos detidos mesmo dentro
da administração americana. O
secretário de Estado, Colin Powell, teria pedido ao presidente
que os considere prisioneiros de
guerra. A informação não foi confirmada oficialmente.
Em sua visita a Washington,
Karzai exortou a comunidade afegã dos EUA a contribuir para a reconstrução do Afeganistão. Após
a reunião na Casa Branca, Karzai
recebeu uma boa notícia de Bush:
uma linha de crédito de US$ 50
milhões adicionais para ajudar a
financiar a reconstrução do país.
Franceses detidos
Segundo notícia publicada ontem no diário francês "Le Figaro",
sete franceses que combateram
pelo Taleban no Afeganistão estão detidos na base militar de
Guantánamo.
O Ministério das Relações Exteriores da França afirmou, no entanto, que não tinha certeza de
que os sete supostos combatentes
do Taleban de origem francesa estivessem presos em Guantánamo,
conforme publicou o jornal.
De acordo com o diário, os prisioneiros "nasceram todos na
França, mas têm pais estrangeiros". Uma missão da Chancelaria
francesa foi a Washington na última quarta-feira e, em seguida, dirigiu-se a Guantánamo, onde se
encontra atualmente. Essa equipe
busca confirmar as informações.
"Não sabemos com certeza nem
o número de detidos nem seus
nomes", disse François Rivasseau, porta-voz da Chancelaria.
Com agências internacionais
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