|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Agentes secretos podem depor
de Washington
O diretor do serviço secreto dos
EUA, Lewis Merletti, se reuniu ontem com o promotor independente do caso Whitewater, Kenneth
Starr, para discutir a possibilidade
de seus agentes serem chamados a
depor sobre a relação entre o presidente Bill Clinton e Monica Lewinsky.
Não há precedente de um agente
com a missão de proteger o presidente norte-americano ter testemunhado contra ele em juízo.
No caso Watergate, que resultou
na renúncia do presidente Richard
Nixon, agentes depuseram sobre o
sistema de gravação de conversas
no Salão Oval da Casa Branca.
No ano passado, quatro agentes
que tinham trabalhado com John
Kennedy deram entrevistas ao jornalista Seymour Hersh sobre incidentes sexuais envolvendo o presidente que eles diziam ter presenciado.
Merletti advertiu os quatro, embora eles já estejam aposentados, e
mandou uma carta aos 3.200 agentes da ativa advertindo que esse tipo de revelação sobre a vida íntima
do presidente deve ser evitada.
Para ele, o serviço secreto só pode garantir de maneira eficiente a
segurança do presidente se houver
absoluta confiança de sua parte de
que nada dito ou feito na presença
de agentes se tornará público.
As relações entre Clinton e o serviço secreto nos primeiros anos de
governo foram difíceis. Os agentes
se queixavam de que o presidente
não obedecia suas instruções para
sua segurança.
Muitas informações sobre atritos
entre Clinton e a primeira-dama,
inclusive com relatos de incidentes
em que ela atirava objetos sobre
ele, foram passadas a jornalistas
em sigilo pelos agentes.
Depois da explosão em Oklahoma City, em 1995, Clinton passou a
acatar mais as determinações do
serviço secreto.
Aceitou até que a avenida Pensilvânia fosse fechada no quarteirão
da Casa Branca. O vazamento de
informações para a imprensa foi
estancado.
Um juiz federal está decidindo se
o promotor Starr pode convocar
agentes para depor.
Nada há nas leis que impeça esses
depoimentos. Mas Merletti argumenta contra eles por razões de segurança, e o juiz pode decidir que
eles não devem ser feitos.
O serviço secreto foi criado em
1865 por Abraham Lincoln e passou a proteger o presidente depois
do assassinato de William McKinley, em 1901. Ele é subordinado ao
Departamento do Tesouro.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|