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AJUDA HUMANITÁRIA
Volta de programa teve apoio dos 15 membros do Conselho de Segurança
ONU retoma Petróleo por Comida
DE NOVA YORK
O Conselho de Segurança da
ONU aprovou ontem a volta do
programa "Petróleo por Comida", de ajuda humanitária à população iraquiana.
A medida teve aprovação unânime, mas para chegar até esse
ponto foi preciso uma semana de
discussões entre os 15 membros
do Conselho, dividido sobre a
questão iraquiana desde antes do
início da guerra.
Pelo texto aprovado ontem, o
secretário-geral da ONU, Kofi
Annan, que havia feito o pedido
para que o programa fosse retomado, será o responsável nos próximos 45 dias por dirigir o pacote
de ajuda ao Iraque.
A resolução, porém, não dá a ele
poder para assinar novos contratos sobre o petróleo iraquiano, como se chegou a cogitar, o que significaria retirar o poder do regime
de Saddam Hussein sobre o óleo.
A medida vai de encontro à posição bancada pela Rússia, que
não queria ver rasgados os atuais
contratos de petróleo do regime
iraquiano -empresas do país detêm o maior filão deles.
Dessa forma, o campo de ação
de Annan ficará limitado à troca
do petróleo que já está nos oleodutos iraquianos.
Instituído em 1996, o programa
"Petróleo por Comida" serve como fonte de alimentos para 60%
dos 24 milhões de iraquianos. O
plano havia sido paralisado com o
início da guerra, quando Annan
ordenou aos funcionários da
ONU no Iraque que deixassem o
país.
Agora, a ONU diz que esperará
o momento adequado, de acordo
com a evolução do conflito, para
colocar o programa em andamento de novo.
O embaixador da Alemanha nas
Nações Unidas, Gunter Pleuger,
definiu o plano aprovado ontem
como "o maior programa de assistência humanitária da história
da ONU".
Já a França, principal voz de
oposição aos EUA no Conselho,
ressaltou o reagrupamento conseguido ontem pelo órgão. "Com
base nesse texto humanitário, o
Conselho de Segurança recuperou sua unidade, e esse é um importante resultado também", disse seu embaixador na ONU, Jean-Marc de la Sabliere.
"O resultado de hoje se traduz
em resultados concretos. A população do Iraque já sofreu demais",
afirmou o representante americano, John Negroponte.
O Iraque não concorda com a
aprovação do plano pela ONU.
"Essa votação não faz sentido
porque precisa ser discutida antes
a questão da paz na região. Há
uma guerra em andamento. Primeiro a paz, depois o problema
humanitário", afirmou à Reuters
o embaixador do Iraque na ONU,
Mohammed Al-Douri.
A primeira medida do programa deverá ser colocar dentro do
Iraque US$ 10 bilhões em bens
(US$ 2,4 bilhões em comida) que
já tiveram a compra aprovada antes do início da guerra.
(RD)
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