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São Paulo, sábado, 29 de março de 2003

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Navio leva ajuda humanitária a iraquianos

DA REDAÇÃO

Nove dias após o início da guerra, atracou ontem no porto de Umm Qasr o primeiro navio de ajuda humanitária para o Iraque. Segundo o ministro britânico das Forças Armadas, Adam Ingram, outros devem chegar "em breve".
O cargueiro britânico "Sir Galahad" chegou no momento em que muitos povoados iraquianos já sofrem com falta de comida e água potável devido à suspensão do programa de troca da ONU "Petróleo por Comida", há 12 dias, do qual depende a alimentação de 60% dos iraquianos.
No entanto, as agências humanitárias que atuam na região acreditam que as cerca de 650 toneladas de comida, remédios, cobertores e água fresca trazidas pelo navio, que ainda serão distribuídas, tenham chegado tarde demais para evitar uma crise humanitária -e temem que elas nem sequer cheguem a algumas das regiões mais necessitadas.
Algumas agências acusaram as forças de coalizão de prejudicarem a distribuição de itens de primeira necessidade, e estudam a possibilidade de pedirem uma trégua aos dois lados para conseguir fazer a entrega da carga financiada pelo governo britânico. Entre os alimentos doados, há arroz, lentilhas, óleo de cozinha, extrato de tomate, ervilhas, açúcar, leite em pó e chá.
A distribuição, a princípio, será feita por militares e depois por funcionários de agências não-governamentais que devem chegar à região dentro de três semanas.
Além do "Sir Galahad", dois caminhões kuaitianos carregados de suprimentos chegaram ontem à cidade fronteiriça de Safwan. Uma multidão que aguardava no local esvaziou a carga em menos de 15 minutos.

Porto minado
O atraso do "Sir Galahad" foi causado por tempestades e pelo tempo de espera pela inspeção do porto para procura de minas iraquianas.
O navio foi escoltado por barcos e helicópteros dentro de um esquema de segurança traçado depois que as equipes de desarmamento encontraram seis minas nas últimas 36 horas. A Marinha americana acredita que ainda pode haver explosivos no local.
"É bastante provável que [o ditador iraquiano" Saddam Hussein tenha minado as águas para evitar a entrada das forças da coalizão [anglo-americana]", disse o comandante Ian Hall, que coordenou as buscas em um trecho de 65 km do canal Khor Abdallah, que tem 180 metros de largura e liga o golfo Pérsico ao porto.
O capitão não soube dizer, no entanto, se as minas que sua equipe de 50 mergulhadores encontrou foram preparadas para o atual confronto ou se já estavam no local desde guerras anteriores.


Com agências internacionais


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