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EUA estudam plano de ataque ao Iraque em 2003
THOM SHANKER
DAVID E. SANGER
DO "THE NEW YORK TIMES",
EM WASHINGTON
O governo de George W. Bush
está traçando uma possível abordagem para derrubar o ditador
iraquiano, Saddam Hussein. A
proposta inclui uma grande campanha aérea e uma invasão por
terra. As estimativas iniciais dão
conta de que seriam utilizados entre 70 mil e 250 mil homens.
O porta-voz da Casa Branca, Ari
Fleischer, disse ontem que o Pentágono tem vários planos de contingência para o Iraque, mas que
o governo não tomou nenhuma
decisão de agir militarmente.
O governo está pensando nessa
abordagem porque concluiu que
um golpe de Estado interno no
Iraque teria poucas chances de
êxito. E uma batalha ""por procuração", usando forças locais, não
derrubaria Saddam.
Mas altos funcionários do governo americano já reconhecem
que qualquer ofensiva no Iraque
provavelmente terá que ser adiada até o início do ano que vem,
para dar tempo para a criação das
condições militares, econômicas e
diplomáticas apropriadas.
Até recentemente o governo vinha contemplando a possibilidade de um confronto com Saddam
no outono deste ano (no hemisfério norte), depois de que fosse
apresentado na ONU o argumento de que o líder iraquiano não
quer permitir o tipo de inspeções
altamente invasivas, necessárias
para provar que ele não dispõe de
armas de destruição em massa.
Esse cronograma já está parecendo menos provável. O conflito
no Oriente Médio aumentou as
divergências no interior do governo quanto a se uma ação militar
poderia ou não ser empreendida
sem inflamar os Estados árabes e
provocar violência antiamericana
em toda a região.
Em seus discursos públicos,
Bush ainda soa decidido a derrubar Saddam do poder, deixando
claro que não vai permitir que a
crise do Oriente Médio obscureça
sua meta. Mas ele não emitiu nenhuma ordem para o Pentágono
mobilizar suas forças.
Uma das muitas questões que
precisam analisar é onde basear
as forças aéreas e terrestres.
Antes mesmo do tenso encontro de Bush com o príncipe herdeiro saudita, Abdullah, na quinta-feira, o Pentágono já estava
partindo da premissa de que talvez precise conduzir sua possível
ação militar sem contar com as
bases na Arábia Saudita.
O planejamento agora está prevendo a possibilidade de que seja
feito uso extenso das bases para
forças americanas na Turquia e
no Kuait, com o Qatar substituindo o sofisticado centro de operações aéreas na Arábia Saudita, e
Omã e Bahrein desempenhando
papéis de destaque.
Quanto ao plano de guerra propriamente dito, a previsão é que
se opte por uma abordagem mais
tradicional do que a campanha
não convencional movida no Afeganistão. Tal abordagem lembraria a guerra do Golfo, em estilo se
não em suas dimensões, e seria
travada com armas mais modernas e táticas mais dinâmicas.
Tradução de Clara Allain
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