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MASSACRE
Estudante que matou 16 pessoas foi contido por professor, que tirou sua máscara e exigiu que ele o olhasse nos olhos
Autor de chacina em escola escondeu expulsão dos pais
DA REDAÇÃO
Os pais de Robert Steinhaeuser,
o jovem de 19 anos que na última
sexta-feira matou 16 pessoas e em
seguida se suicidou numa escola
secundária da cidade alemã de Erfurt, não sabiam que ele havia sido expulso por ter apresentado
um falso atestado médico.
Segundo a polícia, ao sair de casa para praticar a carnificina, Steinhaeuser disse que iria ao colégio
para uma prova de matemática.
Rainer Grube, o delegado que
chefia o inquérito sobre o episódio, disse que o estudante gostava
de jogos de computador com
enredos bastante violentos.
Os pais dele disseram desconhecer que a escola o tivesse punido com a expulsão. O episódio teria gerado o desejo de vingança,
que terminou com a morte do
próprio implicado, de dois outros
alunos da escola, de 13 professores e ainda de um policial.
Enquanto isso, outros alunos e
seus familiares decidiram ontem
que as atividades rotineiras seriam retomadas o mais rápido
possível, provavelmente até quarta-feira, evitando que o edifício se
transforme em memorial às vítimas do ato inédito de violência.
A decisão anterior era a de manter a escola fechada por no mínimo mais uma semana. A polícia,
para suas investigações, tornou o
prédio inacessível a seus ocupantes habituais.
Por sua vez, um professor de
história deu um testemunho
emocionado sobre como aparentemente conseguiu evitar que o
banho de sangue fosse ainda
maior. O professor se postou num
corredor a partir do qual o assassino atirava. Aproximou-se dele e
o empurrou para dentro de uma
das salas de aula.
O professor, chamado Rainer
Heise, disse em entrevista à ZDF,
uma das emissoras regionais de
TV pública, que se aproximou do
ex-aluno armado e retirou abruptamente a máscara com que ele
cobria seu rosto. "Puxe o gatilho
agora, Steinhaeuser, mas se você
decidir me matar, eu faço questão
que você continue a me olhar no
fundo dos olhos", teria dito.
Ao que o rapaz, baixando a pistola, respondeu: "Tudo bem, sr.
Heise, agora basta por hoje".
O prefeito de Erfurt, Manfred
Ruge, disse que a predisposição
dos pais e alunos de voltar à normalidade reflete a vontade de superar de forma racional o choque
a que todos foram submetidos.
Uma estudante do último ano
colegial, Michaela Seidel, disse
que "vão ser necessários muitos
anos para que superemos o trauma". Mas afirmou ao mesmo
tempo que "uma escola é uma escola, e não queremos que coloquem aqui na frente uma imensa
placa que lembre a todos tudo o
que aconteceu".
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