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Segundo turno
derruba Bolsa
de Buenos Aires
ELAINE COTTA
DE BUENOS AIRES
A ida de Néstor Kirchner ao segundo turno das eleições presidenciais da Argentina não agradou ao mercado financeiro, que
esperava uma disputa entre o ex-presidente Carlos Saúl Menem e
Ricardo López Murphy. Ontem, o
índice Merval da Bolsa de Buenos
Aires despencou 8,6%, reduzindo
o ganho de 11,5% da semana anterior à eleição.
López Murphy, que foi ministro
da Defesa e da Economia do presidente Fernando de la Rúa (1999-2001), chegou a liderar algumas pesquisas de intenção de voto na
última semana, mas acabou em
terceiro lugar. Economista com
formação ortodoxa, ele se tornou
o favorito dos empresários e do
mercado por ter passado a imagem de candidato equilibrado.
"O mercado teve um comportamento exagerado com a expectativa de um segundo turno entre Menem e López Murphy e, agora,
terá que se ajustar", afirma o economista Leonardo Chialba, da
Fundação Mercado.
Rafael Ber, da Argentine Research, afirma que o resultado das
urnas não deixa dúvidas sobre como será o segundo turno. O elevado índice de rejeição do ex-presidente Menem dá como quase certa uma vitória de Kirchner, que já sinalizou que irá manter o atual
ministro da Economia, Roberto
Lavagna, no cargo.
"Hoje, o mercado vê Kirchner
com maiores chances, o que significa a continuidade da atual política econômica", disse Ber. Lavagna tem sido duro nas negociações
com credores e com o FMI.
Kirchner é o candidato do presidente Eduardo Duhalde e é considerado, dentro do peronismo, a antítese de Menem. Propõe medidas que podem ser consideradas
"nacional-desenvolvimentistas" e
representa a opção de centro-esquerda -ou o que os argentinos
chamam de "progressismo".
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