São Paulo, terça-feira, 29 de junho de 2004

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Insurgência mata refém americano

DA REDAÇÃO

A rede de TV árabe Al Jazira exibiu ontem um vídeo com o que militantes dizem ser a execução de um soldado americano capturado no Iraque em abril.
A gravação mostra um homem vendado, com roupas verdes e visto somente de costas, sentado no chão em frente a uma cova. A TV árabe não passou o momento em que ele recebe o tiro.
Segundo a Al Jazira, o morto é o soldado Keith Maupin, que havia sido capturado em uma emboscada em Bagdá. Um porta-voz do Exército disse que o Pentágono está examinando o vídeo.
Mesmo com a cerimônia de "transferência de soberania", a insurgência promete continuar com os ataques contra o novo governo e as forças estrangeiras.
Em declaração publicada em um site islâmico no último dia 25, o grupo extremista Exército de Ansar al Sunna afirmou que a "jihad" (guerra santa) permanecerá até que "as leis de Deus" prevaleçam e acusaram o governo interino de ser agente dos EUA.
Os insurgentes ameaçam decapitar ao menos cinco estrangeiros que estão em poder de diferentes grupos iraquianos: um marine dos EUA, um paquistanês e três turcos. Uma agência turca exibiu ontem foto de dois turcos que também seriam reféns.
A Turquia já rejeitou as exigências dos terroristas, de que pessoas e empresas turcas deixem de trabalhar para as forças americanas no Iraque. O ultimato vence hoje, durante a visita do presidente dos EUA, George W. Bush, a Istambul para reunião de cúpula da Otan (aliança militar ocidental).
O marine e o paquistanês serão mortos caso os EUA não libertem prisioneiros iraquianos. O prazo dado ao paquistanês, que trabalha como motorista para os americanos, termina amanhã.
Apesar de terem sido bastante criticadas pela falta de apoio ao processo de transição no Iraque, autoridades árabes elogiaram a transferência de poder.
"Isso é o que o Egito deseja aos iraquianos, a oportunidade para que tenham seu próprio controle e restaurem a completa soberania", disse Ahmed Maher, chanceler egípcio.
Analistas e a população árabe, no entanto, estão mais reticentes em relação à chamada "soberania" num país que ainda terá mais de 160 mil soldados estrangeiros fora do controle do novo governo. "Essa não é uma transferência genuína", declarou Mustafa al Sayyid, professor de ciências políticas da Universidade do Cairo.
O Kuait anunciou ontem que está retomando as relações diplomáticas com o Iraque, rompidas desde que o então ditador iraquiano, Saddam Hussein, invadiu o pequeno país, há 14 anos.


Com agências internacionais


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