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Insurgência mata refém americano
DA REDAÇÃO
A rede de TV árabe Al Jazira
exibiu ontem um vídeo com o que
militantes dizem ser a execução
de um soldado americano capturado no Iraque em abril.
A gravação mostra um homem
vendado, com roupas verdes e
visto somente de costas, sentado
no chão em frente a uma cova. A
TV árabe não passou o momento
em que ele recebe o tiro.
Segundo a Al Jazira, o morto é o
soldado Keith Maupin, que havia
sido capturado em uma emboscada em Bagdá. Um porta-voz do
Exército disse que o Pentágono
está examinando o vídeo.
Mesmo com a cerimônia de
"transferência de soberania", a insurgência promete continuar
com os ataques contra o novo governo e as forças estrangeiras.
Em declaração publicada em
um site islâmico no último dia 25,
o grupo extremista Exército de
Ansar al Sunna afirmou que a "jihad" (guerra santa) permanecerá
até que "as leis de Deus" prevaleçam e acusaram o governo interino de ser agente dos EUA.
Os insurgentes ameaçam decapitar ao menos cinco estrangeiros
que estão em poder de diferentes
grupos iraquianos: um marine
dos EUA, um paquistanês e três
turcos. Uma agência turca exibiu
ontem foto de dois turcos que
também seriam reféns.
A Turquia já rejeitou as exigências dos terroristas, de que pessoas e empresas turcas deixem de
trabalhar para as forças americanas no Iraque. O ultimato vence
hoje, durante a visita do presidente dos EUA, George W. Bush, a Istambul para reunião de cúpula da
Otan (aliança militar ocidental).
O marine e o paquistanês serão
mortos caso os EUA não libertem
prisioneiros iraquianos. O prazo
dado ao paquistanês, que trabalha
como motorista para os americanos, termina amanhã.
Apesar de terem sido bastante
criticadas pela falta de apoio ao
processo de transição no Iraque,
autoridades árabes elogiaram a
transferência de poder.
"Isso é o que o Egito deseja aos
iraquianos, a oportunidade para
que tenham seu próprio controle
e restaurem a completa soberania", disse Ahmed Maher, chanceler egípcio.
Analistas e a população árabe,
no entanto, estão mais reticentes
em relação à chamada "soberania" num país que ainda terá mais
de 160 mil soldados estrangeiros
fora do controle do novo governo.
"Essa não é uma transferência genuína", declarou Mustafa al Sayyid, professor de ciências políticas
da Universidade do Cairo.
O Kuait anunciou ontem que
está retomando as relações diplomáticas com o Iraque, rompidas
desde que o então ditador iraquiano, Saddam Hussein, invadiu
o pequeno país, há 14 anos.
Com agências internacionais
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