São Paulo, quinta-feira, 29 de julho de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Seqüestradores matam 2 reféns paquistaneses

DA REDAÇÃO

Dois paquistaneses seqüestrados na semana passada foram mortos ontem por seus captores, segundo a rede de TV Al Jazira. O canal por satélite de Qatar disse ter recebido um vídeo dos assassinatos, mas afirmou que não o exibirá por ser muito violento.
Segundo o governo paquistanês, eles provavelmente sejam Raja Azad Khan e Sajjad Naeem.
Em um vídeo anterior, levado ao ar na segunda-feira, os seqüestradores haviam prometido matar os reféns, prestadores de serviço de uma empresa saudita. Eles também ameaçaram matar um motorista iraquiano capturado com os paquistaneses caso a Al Tamimi não deixasse o Iraque. Entretanto, no vídeo entregue ontem à Al Jazira, o grupo afirmou ter libertado o iraquiano depois que ele disse desistir do trabalho.
Representantes da Al Tamimi disseram que tinham compromissos a honrar no país. A empresa presta serviço para a americana KBR, subsidiária da Halliburton, que, até 2000, era dirigida pelo vice dos EUA, Dick Cheney.
A onda de seqüestros no Iraque, que começou em abril e até agora tem visado principalmente estrangeiros, continuou com a captura de três filhos do governador da província de Anbar, a mais violenta do país, a oeste de Bagdá.
Segundo a polícia local, os seqüestradores -que podem ser tanto insurgentes quanto criminosos comuns- invadiram a residência do governador Abdul Kareem al Rawi, em Ramadi, capturaram três de seus filhos e queimaram a casa. O governador não estava em casa no momento da invasão. Nenhuma exigência ou pedido de resgate foram feitos.
Graças a seus baixos custos e riscos limitados para os criminosos e à exposição na mídia local e na internacional, os seqüestros têm se tornado um dos principais crimes no Iraque, usados tanto pela insurgência quanto por criminosos comuns.
Um site na Internet exibia ontem da cabeça de um refém búlgaro decapitado na semana passada por seus seqüestradores no Iraque. Numa das fotos, um homem mascarado segurava a cabeça em frente à bandeira do grupo Tawhid e Jihad, ligado ao terrorista jordaniano Abu Musab Zarqawi.

Tropa islâmica
Com a intensificação da violência no país, o governo saudita, principal aliado dos EUA na região, propôs o envio ao Iraque de uma força militar formada por países muçulmanos. A sugestão foi feita após membros do governo receberem o secretário de Estado americano, Colin Powell.
Segundo o chanceler Saud al Faisal, a proposta está na fase de "discussões preliminares". Nenhum país islâmico árabe enviou tropas ao Iraque, e o governo interino já rejeitou ofertas do Egito e da Jordânia, afirmando que não quer que países vizinhos interfiram na situação iraquiana.
A Arábia Saudita e o Iraque anunciaram que reabrirão reciprocamente suas embaixadas, fechadas desde 1991.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Atentado mata ao menos 70 em Baquba
Próximo Texto: Guerra sem limites: Medo tira Médicos Sem Fronteiras do Afeganistão
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.