PHILIP PULLELLA
DA "REUTERS", EM ROMA

A Itália foi sacudida ontem por um escândalo após a prisão de pedófilos que utilizavam a Internet.
Oito pessoas foram detidas na Itália e três na Rússia, e a polícia anunciou que 1.700 pessoas estão sendo investigadas na Itália. Mas o escândalo se transformou em tempestade política na noite de quarta-feira, quando dois canais da emissora estatal RAI colocaram no ar imagens explícitas de pornografia infantil durante os noticiários do horário nobre.
Cinco jornalistas da RAI, incluindo dois editores-chefes, pediram demissão após um debate parlamentar acalorado no qual a oposição exigiu corte de cabeças.
Numa das imagens, um homem deitado no chão obrigava um menino nu a sentar-se sobre ele.
O ministro das Comunicações, Salvatore Cardinale, disse ao Parlamento que os magistrados abriram um inquérito e avaliam se formularão acusações criminais contra os jornalistas.
Muitos jornais pediram leis mais rígidas contra a pedofilia, e uma pesquisa revelou que 31% consideram a castração química um castigo apropriado para pedófilos condenados, idéia rejeitada pelo ministro da Justiça.
Segunda a polícia, três pessoas na Rússia mantinham uma operação na qual crianças eram sequestradas de orfanatos, circos e parques públicos e depois filmadas enquanto eram forçadas a participar de atos sexuais.
Os pacotes encomendados pela Internet eram interceptados quando chegavam à Itália pelo correio e reembalados. A seguir, eram entregues a seus destinatários por policiais disfarçados de funcionários dos correios e carregando câmeras escondidas.
Os preços das fitas de vídeo ou CDs variavam entre US$ 400 e US$ 6.000, dependendo do tipo de filme pedido -quanto mais medonho, mais caro.
Os mais tenebrosos, identificados com o código "Necros Pedo", exibiam crianças sendo estupradas e torturadas até morrer.


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