da Redação

O palestino Maruf Hassan, 62, tinha 12 anos quando a ONU decidiu pela partilha da Palestina.
Ele morava na aldeia de Der Balut, perto de Jerusalém.
"Muitos palestinos saíram de suas casas na época, de Acco, Haifa (cidades hoje dentro de Israel), muita gente perdeu as suas terras", diz Hassan.
Uma filha de Hassan, Lamia, passou quase 11 anos numa prisão israelense, condenada por envolvimento no sequestro e assassinato de um soldado israelense. Foi libertada este ano, por causa dos acordos de paz entre Israel e palestinos.
Ele diz que os árabes não tinham como aceitar a partilha da Palestina, decidida pela ONU em 1947, pois não viam motivo para abrir mão de suas terras para os judeus recém-chegados.
"A terra onde está o Estado de Israel hoje é roubada. Não existiam judeus na Palestina. Eles chegaram depois e hoje têm toda aquela terra. É tudo roubado", diz Hassan.
Ele chegou ao Brasil em 1958, mas viaja constantemente para Der Balut, ainda sob ocupação israelense.
"A gente gosta do Brasil, mas nossa pátria, nossa terra, a gente nunca esquece", diz ele.
Hassan é cético em relação ao processo de paz. "Os palestinos não vão esquecer nunca de suas terras", afirma. (SM)



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