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EUA aumentam sanções ao Sudão e proporão ampliação de embargo
Pressionado internamente, Bush quer que país sufoque as milícias árabes
Mustafa Ozer/France Presse
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Sudanesa em campo de refugiados em Darfur, Sudão, onde já morreram mais de 200 mil pessoas |
DA REDAÇÃO
O presidente dos EUA, George W. Bush, anunciou ontem a
expansão unilateral de sanções
econômicas ao Sudão e disse
que pedirá à ONU que adote
medidas para combater a violência no país africano. Segundo Bush, "o povo sudanês está
pedindo socorro e o merece".
Conflitos na região de Darfur, oeste do país, entre milícias
árabes ligadas ao governo e rebeldes separatistas de etnias
africanas já fizeram mais de
200 mil mortos e 2,5 milhões
de desabrigados desde 2003,
segundo cálculos de ONGs.
O que move Bush, porém,
não é só um suposto senso humanitário, mas a avaliação de
que o governo do presidente
Omar Hassan al Bashir não está
se esforçando para impedir a
ação dos milicianos e a pressão,
dentro dos EUA, dos lobbies de
grupos de direitos humanos e
de conservadores cristãos, estes integrantes da sua base política.
O Conselho de Segurança da
ONU chegou a impor um embargo da venda de armas às milícias e aos grupos rebeldes,
mas não ao governo sudanês. O
embargo, porém, tem sido quebrado, segundo relatório recente da Anistia Internacional.
Além disso, o presidente Al
Bashir se opõe à missão já aprovada pela ONU que prevê o envio de cerca de 22 mil capacetes
azuis e soldados da União Africana a Darfur.
Bush anunciou que os EUA
recrudescerão as sanções já impostas a cerca de cem empresas
sudanesas; adicionarão a essa
lista outras 31 companhias;
adotarão sanções também contra três indivíduos sudaneses,
um líder rebelde e dois membros do governo; e, por fim,
apresentarão à ONU uma proposta de resolução ampliando o
embargo ao comércio de armas.
O secretário-geral da ONU,
Ban Ki-moon, afirmou que precisa "de mais tempo" para negociar com o Sudão o envio da
força de paz de 22 mil homens.
O subsecretário de Relações
Exteriores do Sudão, Mutrif
Siddig, afirmou que as sanções
não se justificam e que seu país
está cooperando com a ONU. O
embaixador russo na ONU, Vitaly Churkin, questionou a pertinência das sanções devido às
negociações em curso entre o
Sudão e o secretário Ban.
O representante chinês de
Assuntos Africanos, Liu Guijin,
afirmou que "pressão e sanções" não ajudam a resolver o
problema sudanês. A China é o
maior comprador do petróleo
do Sudão e um dos maiores investidores estrangeiros no país.
Tanto a China como a Rússia
foram acusadas, no relatório da
Anistia Internacional, de fornecerem armas para o Sudão.
Pequim e Moscou negaram.
Com agências internacionais e o "New York Times"
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