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São Paulo, segunda-feira, 30 de junho de 2003

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IRAQUE OCUPADO

Reagindo a onda de ataques, tropas detêm mais de 60 em áreas ao norte de Bagdá e perto da fronteira do Irã

EUA lançam nova ação contra simpatizantes de Saddam

DA REDAÇÃO

Tropas dos EUA apoiadas por aeronaves e blindados lançaram uma grande ofensiva contra áreas de resistência armada iraquiana ao governo de ocupação ao norte de Bagdá, bastião de apoio ao regime deposto do ditador Saddam Hussein.
A mais alta autoridade do governo de ocupação, o americano Paul Bremer, disse que as tropas ocupantes sofrerão mais baixas até que os simpatizantes de Saddam sejam mortos ou capturados. Já o general Tommy Franks, que comandou as tropas americanas na Guerra do Iraque, disse que os ataques recentes contra suas tropas no país não "estragaram a vitória" militar.
As tropas americanas prenderam mais de 60 pessoas e capturaram armas e documentos militares na operação, que incluiu áreas ao norte da capital até a fronteira com o Irã. O Comando Central dos EUA disse ontem que a ofensiva estava ainda em andamento e que suas tropas não sofreram baixas na operação.
Os EUA anunciaram ainda a prisão de 15 pessoas e a captura de armas em Mossul (norte) em ação contra seguidores de um líder sunita extremista.
No último de uma série de ataques contra as tropas americanas, um civil iraquiano foi morto e dois militares dos EUA ficaram feridos após a explosão atingir um comboio americano em Bagdá.
Ao menos 22 soldados dos EUA e seis policiais britânicos foram mortos em ataques atribuídos a simpatizantes de Saddam desde que o presidente dos EUA, George W. Bush, declarou o fim dos principais combates militares no Iraque, em 1º de maio. Alguns analistas afirmam que a disseminação dos ataques e um endurecimento das represálias das tropas ocupantes podem levar a uma revolta generalizada no país.
Os EUA já perderam mais de 200 soldados desde o início da Guerra do Iraque, em 20 de março. Do total de mortos, 140 foram em ações de combate ou em ataques no pós-guerra.

Saddam
Bremer disse à TV britânica BBC que as chances de capturar Saddam eram "muito altas". "Pegaremos ele. Acho importante que ele seja capturado ou morto por nós", disse ele. Sobre as baixas recentes, Bremer afirmou que elas "não são uma ameaça estratégica à coalizão". Para ele, a detenção ou a morte de Saddam irá retirar o estímulo de seus simpatizantes para seguir combatendo as tropas da coalizão.
Vários ex-militares que compunham as Forças Armadas de Saddam e agora não recebem mais salários também ameaçam atacar as tropas estrangeiras. Eles fazem protestos quase diários exigindo pagamento. Ontem, cercaram a sede militar das forças britânicas em Basra (sul) exigindo o pagamento de seus salários.
O influente senador dos EUA Joseph Biden, da oposição democrata, pediu ontem a presença de uma força multinacional de 60 mil homens para pacificar o Iraque. Ele citou especificamente França, Alemanha e Turquia.
Os EUA mantêm hoje cerca de 156 mil militares no país, 53 mil deles só em Bagdá.


Com agências internacionais


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