DA REDAÇÃO

O presidente do Peru, Alejandro Toledo, nomeou seu novo ministério no sábado, com a escolha de uma mulher, pela primeira vez na história do país, para ocupar o cargo de primeiro-ministro.
Beatriz Merino, 54, assume o posto de Luis Solari seis dias após a renúncia coletiva do ministério.
Uma onda de protestos, uma ampla greve de professores e a reaparição de um grupo de guerrilheiros, possivelmente membros do Sendero Luminoso -um dos mais violentos grupos rebeldes da América Latina, nos anos 1980- abalaram a imagem do presidente e contribuíram para diminuir sensivelmente sua popularidade, que está em seu patamar mais baixo.
Segundo dados do Instituto Apoyo, apenas 11% aprovam a gestão de Toledo.
A greve dos professores e protestos de rua de outros setores desencadearam pela primeira vez, em quase dois anos de mandato, a decretação de um Estado de emergência por 30 dias.
Políticos da oposição chegaram a sugerir que o presidente renunciasse antes do final de seu mandato, que termina em 2006, por não cumprir com suas promessas feitas durante campanha eleitoral.
Na cerimônia de posse de Merino, Toledo culpou as dificuldades enfrentadas em 2000, quando recebeu uma nação em colapso, fruto do governo Alberto Fujimori.
Merino é ex-congressista e já se alinhou com o antigo candidato a presidente e escritor Mario Vargas Llosa. Toledo manteve Javier Silva Ruete na pasta da Economia e Allan Wagner na das Relações Exteriores. Aurelio Loret de Mola continua na Defesa. Outros seis ministros devem ser substituídos.