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Presidente vê "democracia iraquiana" como exemplo
DA REDAÇÃO
O presidente dos EUA, George
W. Bush, afirmou ontem, ao final
da cúpula da Otan (aliança militar
ocidental) realizada em Istambul,
na Turquia, que os países do
Oriente Médio devem perceber
que reformas políticas liberalizantes são vitais para o combate
ao extremismo, mas salientou
que Washington não imporá a
democracia à região.
Um dia depois que as forças de
ocupação lideradas pelos EUA fizeram a entrega formal do poder
político aos iraquianos, Bush classificou o Iraque, que ainda é palco
de uma violenta insurgência, de
"a mais nova democracia do
mundo" e disse que o país é um
exemplo de liberdade para os outros Estados da região.
Bush argumentou que mudanças políticas são necessárias para
levar prosperidade ao Oriente
Médio, para fazer com que os governos da região sejam mais estáveis e para cortar o apoio que é dado aos extremistas islâmicos e aos
terroristas.
"A histórica instalação da democracia no Oriente Médio e em
regiões adjacentes será uma vitória compartilhada por todos",
afirmou o presidente ao final do
encontro da Otan.
Bush enfrenta uma dura disputa
pela reeleição. O democrata John
Kerry, seu virtual adversário, já o
criticou inúmeras vezes por não
ter conseguido mais apoio internacional aos esforços no Iraque.
Assim, Bush busca mostrar que o
país, no qual 160 mil soldados estrangeiros ainda combatem a insurgência, caminha em direção à
paz e à democracia.
Seu governo vem tentando forçar reformas políticas no Oriente
Médio desde o 11 de Setembro,
buscando diminuir a hostilidade
contra os EUA existente nos
mundos árabe e muçulmano.
Segundo Bush, o "surgimento
da democracia" no Iraque dá esperança aos reformistas do Oriente Médio. Disse ainda que os líderes da Síria e do Irã, países que são
contrários à política externa dos
EUA, deveriam estar preocupados com o exemplo iraquiano.
Rixa com Chirac
Um dia depois de o presidente
da França, Jacques Chirac, tê-lo
acusado de ingerir em assuntos
europeus ao sugerir que os líderes
da União Européia deveriam aceitar a entrada da Turquia no bloco,
Bush voltou à carga e disse que o
bloco tem de negociar com a Turquia, um país que é um exemplo
de que a democracia e o islã são
"compatíveis".
De acordo com o diário alemão
"Süddeutsche Zeitung", Chirac e
o chanceler (premiê) alemão,
Gerhard Schröder, disseram concordar com o início das negociações da Turquia com a UE, mas
não gostaram da ingerência americana nos assuntos europeus.
Chirac não fez questão de mostrar que as relações transatlânticas voltaram a ser amistosas e disse ser contrário à intenção dos
EUA de que tropas da Otan treinem forças de segurança iraquianas no Iraque. Segundo o presidente francês, os países da Otan
concordaram em treinar os iraquianos, mas não no Iraque.
A declaração de Chirac desagradou a diplomatas americanos. Estes disseram que, na véspera, os
países-membros da Otan tinham
concordado em realizar "uma
missão coletiva dentro do Iraque". O documento oficial não
menciona o local em que o treinamento das forças de segurança
iraquianas será realizado.
Afeganistão
O presidente do Afeganistão,
Hamid Karzai, pediu aos líderes
da Otan que acelerem o envio de
mais soldados da aliança a seu
país, já que a eleição marcada para setembro corre o risco de não
ocorrer por conta da falta de segurança. A Otan expandirá de 6.500
para 10 mil o número de soldados
de sua missão afegã. Mas 1.300
não ficarão no Afeganistão.
Chirac também desagradou aos
EUA ao dizer que o envio de mais
soldados da Otan ao Afeganistão
poderá ser reexaminado.
Com agências internacionais
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