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EUROPA
Energia está no centro da disputa
"Guerrilha" não freia privatização na França
DA REDAÇÃO
Em meio a passeatas e a cortes
seletivos de energia -organizados por sindicatos como forma de
protesto-, a Assembléia Nacional francesa aprovou ontem um
projeto que privatiza 30% das
ações de duas das maiores estatais
do país, a EDF (Electricité de
France) e a GDF (Gaz de France).
A central sindical próxima do
Partido Comunista, a CGT, colocou em prática um plano de cortes no suprimento de energia que
a mídia local classificou de "guerrilha". Não se sabia com antecedência onde eles iriam ocorrer.
O palácio presidencial e a torre
Eiffel chegaram a ficar às escuras
por alguns minutos. O mesmo
ocorreu com os prédios que têm
como moradores deputados e senadores governistas.
O projeto do governo de centro-direita será votado pelo Senado
no próximo dia 5. A EDF, a maior
produtora e exportadora de energia européia, é também a controladora da Light, distribuidora de
eletricidade no Rio de Janeiro.
O ministro das Finanças, Nicolas Sarkozy, disse que a votação de
ontem (após uma maratona de 13
sessões e o exame de 1.960 emendas pelos deputados) representou
"um passo considerável" para a
competitividade das empresas.
Os partidos de esquerda temem
se tratar da primeira etapa para a
privatização, o que comprometeria o emprego e as vantagens previdenciárias dos servidores.
Anteontem, um blecaute atingiu o sudoeste francês, deixando
às escuras regiões fronteiriças da
Espanha que importam eletricidade francesa. Sindicalistas também interromperam a produção
da usina nuclear de Saint-Alban.
Em algumas regiões, a geração
de eletricidade foi reduzida ao mínimo necessário. Por exemplo, a
fábrica de pneus Michelin, situada no centro do país, precisou diminuir sua produção.
Entre ações feitas para conquistar a simpatia da população, deixou de ser cobrada a eletricidade
distribuída a alguns hospitais.
Com agências internacionais
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