São Paulo, quarta-feira, 30 de junho de 2004

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EUROPA

Energia está no centro da disputa

"Guerrilha" não freia privatização na França

DA REDAÇÃO

Em meio a passeatas e a cortes seletivos de energia -organizados por sindicatos como forma de protesto-, a Assembléia Nacional francesa aprovou ontem um projeto que privatiza 30% das ações de duas das maiores estatais do país, a EDF (Electricité de France) e a GDF (Gaz de France).
A central sindical próxima do Partido Comunista, a CGT, colocou em prática um plano de cortes no suprimento de energia que a mídia local classificou de "guerrilha". Não se sabia com antecedência onde eles iriam ocorrer.
O palácio presidencial e a torre Eiffel chegaram a ficar às escuras por alguns minutos. O mesmo ocorreu com os prédios que têm como moradores deputados e senadores governistas.
O projeto do governo de centro-direita será votado pelo Senado no próximo dia 5. A EDF, a maior produtora e exportadora de energia européia, é também a controladora da Light, distribuidora de eletricidade no Rio de Janeiro.
O ministro das Finanças, Nicolas Sarkozy, disse que a votação de ontem (após uma maratona de 13 sessões e o exame de 1.960 emendas pelos deputados) representou "um passo considerável" para a competitividade das empresas.
Os partidos de esquerda temem se tratar da primeira etapa para a privatização, o que comprometeria o emprego e as vantagens previdenciárias dos servidores.
Anteontem, um blecaute atingiu o sudoeste francês, deixando às escuras regiões fronteiriças da Espanha que importam eletricidade francesa. Sindicalistas também interromperam a produção da usina nuclear de Saint-Alban.
Em algumas regiões, a geração de eletricidade foi reduzida ao mínimo necessário. Por exemplo, a fábrica de pneus Michelin, situada no centro do país, precisou diminuir sua produção.
Entre ações feitas para conquistar a simpatia da população, deixou de ser cobrada a eletricidade distribuída a alguns hospitais.


Com agências internacionais


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