São Paulo, quinta-feira, 30 de junho de 2005

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Colonos se rebelam em Gaza e param estradas

DA REDAÇÃO

Em dois incidentes separados, judeus ultraconservadores entraram ontem em conflito com o Exército e com a polícia israelenses, em Gaza e na principal via de acesso a Jerusalém, durante protestos contra o plano do primeiro-ministro Ariel Sharon de desmantelar, a partir de agosto, os assentamentos judaicos em Gaza.
Naquele território, um grupo de assentados atirou pedras contra soldados depois de ter sido desalojado de um prédio que pretendia transformar em posto permanente de sua resistência.
Em Jerusalém, a polícia usou canhões de água para afastar um piquete de dezenas de pessoas que interrompia o tráfego em direção àquela cidade.
Outras rodovias do país, como a que liga Tel Aviv a Haifa, também foram bloqueadas por grupos, geralmente de adolescentes, que sentavam no asfalto e impediam a passagem de veículos. A polícia, em ação geralmente pacífica, conseguiu desbloquear os locais.
Os maiores congestionamentos foram provocados pela manhã, quando manifestantes derramaram óleo e espalharam pregos num trecho da auto-estrada que liga Tel Aviv a Jerusalém.
Os episódios foram, segundo analistas, uma prévia do que poderá ocorrer até agosto, com a mobilização de entidades religiosas e direitistas que se opõem à devolução de Gaza aos palestinos, por considerar aquela faixa como território biblicamente judeu.
Bem mais violentas foram as manifestações em Gaza, onde ao menos três pessoas ficaram feridas, uma delas -um palestino- em estado crítico e com suspeita de traumatismo craniano. Depois de enfrentarem a polícia, os extremistas judeus invadiram casas de palestinos desarmados em Mawasi, imediações do assentamento de Shirat Hayam, o que desencadeou novos confrontos. Seis manifestantes foram presos.
Logo em seguida os palestinos passaram a atirar pedras em judeus que participavam da manifestação. Diante do agravamento do conflito, o Exército dispersou os dois grupos com rajadas de metralhadora.
Durante reunião de seu gabinete, Sharon disse que não deixará que "esses grupos tomem conta do país" e prometeu reagir "com punho de ferro".
Também defendeu a punição de rabinos que, em suas sinagogas, exortam os fiéis a resistirem aos planos de desmantelamento.
A polícia israelense anunciou ontem ter desmontado um plano extremista para sabotar instalações de água e eletricidade.

Ataque do Hizbollah
Um soldado israelense foi morto e três outros ficaram feridos quando extremistas do Hizbollah, grupo islâmico baseado no Líbano, infiltraram-se ontem em território israelense e atacaram com granadas três postos militares.
Desde 9 de janeiro o Hizbollah não fazia vítimas militares israelenses. Em retaliação, aviões de Israel sobrevoaram a área e atiraram seis mísseis contra posições do grupo islâmico.
O incidente ocorreu na área de Chebaa, disse o Al Manar, canal de televisão libanês do Hizbollah. O comandante militar israelense para a região, general Benny Gantz, reiterou apelos ao governo libanês para que controle aquele grupo extremista.
A TV israelense disse que um dos guerrilheiros foi morto. O Hizbollah sofre pressões para se desarmar e se tornar apenas um partido islâmico no Líbano.


Com agências internacionais

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