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Colonos se rebelam em Gaza e param estradas
DA REDAÇÃO
Em dois incidentes separados,
judeus ultraconservadores entraram ontem em conflito com o
Exército e com a polícia israelenses, em Gaza e na principal via de
acesso a Jerusalém, durante protestos contra o plano do primeiro-ministro Ariel Sharon de desmantelar, a partir de agosto, os assentamentos judaicos em Gaza.
Naquele território, um grupo de
assentados atirou pedras contra
soldados depois de ter sido desalojado de um prédio que pretendia transformar em posto permanente de sua resistência.
Em Jerusalém, a polícia usou canhões de água para afastar um piquete de dezenas de pessoas que
interrompia o tráfego em direção
àquela cidade.
Outras rodovias do país, como a
que liga Tel Aviv a Haifa, também
foram bloqueadas por grupos, geralmente de adolescentes, que
sentavam no asfalto e impediam a
passagem de veículos. A polícia,
em ação geralmente pacífica, conseguiu desbloquear os locais.
Os maiores congestionamentos
foram provocados pela manhã,
quando manifestantes derramaram óleo e espalharam pregos
num trecho da auto-estrada que
liga Tel Aviv a Jerusalém.
Os episódios foram, segundo
analistas, uma prévia do que poderá ocorrer até agosto, com a
mobilização de entidades religiosas e direitistas que se opõem à
devolução de Gaza aos palestinos,
por considerar aquela faixa como
território biblicamente judeu.
Bem mais violentas foram as
manifestações em Gaza, onde ao
menos três pessoas ficaram feridas, uma delas -um palestino-
em estado crítico e com suspeita
de traumatismo craniano. Depois
de enfrentarem a polícia, os extremistas judeus invadiram casas de
palestinos desarmados em Mawasi, imediações do assentamento de Shirat Hayam, o que desencadeou novos confrontos. Seis
manifestantes foram presos.
Logo em seguida os palestinos
passaram a atirar pedras em judeus que participavam da manifestação. Diante do agravamento
do conflito, o Exército dispersou
os dois grupos com rajadas de
metralhadora.
Durante reunião de seu gabinete, Sharon disse que não deixará
que "esses grupos tomem conta
do país" e prometeu reagir "com
punho de ferro".
Também defendeu a punição de
rabinos que, em suas sinagogas,
exortam os fiéis a resistirem aos
planos de desmantelamento.
A polícia israelense anunciou
ontem ter desmontado um plano
extremista para sabotar instalações de água e eletricidade.
Ataque do Hizbollah
Um soldado israelense foi morto e três outros ficaram feridos
quando extremistas do Hizbollah,
grupo islâmico baseado no Líbano, infiltraram-se ontem em território israelense e atacaram com
granadas três postos militares.
Desde 9 de janeiro o Hizbollah
não fazia vítimas militares israelenses. Em retaliação, aviões de Israel sobrevoaram a área e atiraram seis mísseis contra posições
do grupo islâmico.
O incidente ocorreu na área de
Chebaa, disse o Al Manar, canal
de televisão libanês do Hizbollah.
O comandante militar israelense
para a região, general Benny
Gantz, reiterou apelos ao governo
libanês para que controle aquele
grupo extremista.
A TV israelense disse que um
dos guerrilheiros foi morto. O
Hizbollah sofre pressões para se
desarmar e se tornar apenas um
partido islâmico no Líbano.
Com agências internacionais
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