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São Paulo, sábado, 30 de agosto de 2003

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Moderado, líder passou 23 anos no Irã

DA REUTERS

O aiatolá Mohammed Baqer al Hakim, morto ontem na explosão do carro-bomba em Najaf, era o líder com mais tempo de exílio no principal grupo xiita que disputa o poder no Iraque pós-guerra.
Al Hakim, 63, preferia evitar a confrontação com as forças de ocupação americanas e concordou que seu irmão fizesse parte do Conselho de Governo Iraquiano nomeado pelos EUA.
Numa entrevista à Reuters, em junho, ele afirmou que a maioria xiita poderia se virar contra os EUA caso não fosse dada uma compensação política pelas décadas de perseguição sob o regime de Saddam Hussein, um sunita.
"Eles [os americanos] deram a justificativa de que vieram em nome da libertação, mas agora eles são uma força de ocupação. Isso é o que está deixando as pessoas irritadas", disse o aiatolá. "Se as pessoas perderem a paciência, vai haver uma baderna social."
Al Hakim, porém, que liderava o Conselho Supremo para a Revolução Islâmica, afirmou que não havia necessidade de os iraquianos usarem a força para acabar com a ocupação americana.
Torturado pelo regime deposto, abrigado e financiado na formação de uma milícia por líderes muçulmanos do Irã e cortejado pelos EUA, o aiatolá havia voltado de Teerã para Najaf em 12 de maio, 11 dias depois do final dos principais combates no Iraque.
Uma das primeiras coisas que fez ao voltar a Najaf, após 23 anos no Irã, foi uma prece na mesquita onde fica a tumba de Ali, o local que deixava quando morreu.


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