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São Paulo, sábado, 30 de agosto de 2003

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PERFIL

Campbell, com Blair sempre, era um "vice-premiê"

DA REUTERS

Alastair Campbell, principal assessor de Tony Blair, era tão vital para o primeiro-ministro que atuava como um verdadeiro vice-premiê.
O diretor de Comunicação pediu demissão após quase dez anos com Blair, em meio à pior crise política nos seis anos de governo. A saída era esperada, mas não agora.
Foi no dia seguinte ao depoimento de Blair no inquérito sobre o caso do suicídio de David Kelly, no centro de uma disputa em que Campbell foi acusado pela BBC de apimentar o dossiê que justificou a Guerra do Iraque.
A principal regra para os assessores políticos é que não devem se tornar o centro da história. Com o caso Kelly, Campbell virou isso.
Sua saída deixa Blair sem seu conselheiro mais próximo e de confiança - sem seu homem para a intriga.
Sempre ao lado do premiê, Campbell era muito mais que um assessor de imprensa. O jornalista de 46 anos participava das reuniões de gabinete, escrevia discursos de Blair e lapidava a linha de governo em todos os temas.
Após líderes trabalhistas se assustarem com o tratamento da imprensa, Campbell colocava a estratégia com a mídia em primeiro plano. Isso teve sucesso enquanto o partido era oposição, mas a mesma tática no governo gerou acusações de que Blair era obcecado pelo estilo.
Apesar disso, não havia sinal de que o premiê queria a saída do assessor, ex-editor político do tablóide britânico "Daily Mirror" e ex-escritor erótico na França.


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