UOL


São Paulo, sábado, 30 de agosto de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"EIXO DO MAL"

Participantes concordam em reunir-se de novo

Encontro sobre programa nuclear norte-coreano acaba sem avanços

DA REUTERS

A cúpula sobre o programa nuclear norte-coreano acabou ontem, em Pequim, com o anúncio de que os seis países participantes (a Coréia do Norte, os EUA, a China, a Rússia, o Japão e a Coréia do Sul) concordaram em encontrar-se outra vez para discutir o tema.
No entanto isso não impediu críticas norte-coreanas à posição de Washington, que, no primeiro dia da cúpula, na última quarta-feira, recusara uma proposta norte-coreana de assinatura de um pacto bilateral de não-agressão.
Os participantes não esconderam sua frustração com o andamento das negociações, embora os governos dos EUA e da China tenham dito que ficaram "satisfeitos" com a cúpula.
Anteontem, um funcionário da administração americana disse que Pyongyang pretendia declarar oficialmente que tem armas nucleares, mas o anúncio não foi feito. Ainda anteontem, o chefe da delegação norte-coreana deu a entender que seu país poderia fazer testes nucleares em breve.
"As negociações foram difíceis. Elas foram muito tensas em alguns momentos. Não houve fracasso, mas não houve avanço", disse um negociador russo -que não quis ser identificado- à agência de notícias Interfax.
O único resultado concreto da cúpula foi anunciado pelo chefe da delegação da China, o vice-chanceler do país, Wang Yi. Segundo ele, a Coréia do Norte concordou em buscar "livrar a península da Coréia das armas nucleares". Ele disse que uma nova cúpula ocorrerá em dois meses.
Em outubro passado, um alto funcionário da administração dos EUA afirmou que a Coréia do Norte tinha admitido ter um programa nuclear secreto, o que deu início à crise atual.
Os EUA crêem que Pyongyang tenha ao menos uma bomba atômica e que possa construir mais cinco no futuro próximo. Washington teme que a tecnologia nuclear norte-coreana chegue às mãos de terroristas.
O chefe da Agência Internacional de Energia Atômica, o egípcio Mohamed El Baradei, disse que a Coréia do Norte tinha feito "chantagem" nuclear e que o governo do país não inspira confiança.
Os EUA gostariam de firmar um acordo que obrigasse a Coréia do Norte a abrir mão de seu programa nuclear, o que Pyongyang não pretende fazer por enquanto.


Texto Anterior: Europa: Governo francês admite que calor matou mais de 11,4 mil pessoas
Próximo Texto: Venezuela: Chávez acusa oposição de preparar golpe
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.