São Paulo, segunda-feira, 30 de agosto de 2010 |
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Dinâmica interna do país foi mais importante que EUA
ANDREA MURTA
Há uma crescente corrente
de estudiosos que questiona
a versão oficial americana sobre a guerra do Iraque, que
diz que o "surge" (escalada
no número de tropas) e a contrainsurgência aplacaram a
violência no país.
FOLHA - Porque o sr. não crê que foi a contrainsurgência que dominou a violência? BARRY POSEN - De fato, o país ficou mais seguro, a população se sentiu mais protegida e ofereceu mais informações de inteligência, as forças de segurança ficaram mais confiantes etc. Mas há outras razões tão ou mais importantes para chegar a esse resultado. A primeira é o racha entre insurgentes sunitas: fundamentalistas linha-dura e insurgentes mais localizados, membros de tribos e mais nacionalistas. A segunda foi a disputa entre xiitas e sunitas em Bagdá. Os xiitas venceram a guerra civil, e os americanos só puderam agir depois que a luta se apazigou. Qual foi o papel real do "surge" e da contrainsurgência? O que ocorreu foi o seguinte: a) os "bandidos" racharam; b) os xiitas fizeram uma limpeza étnica em bairros de Bagdá, expulsando os sunitas; c) ajudamos a reorganizar a situação; d) prendemos e matamos muita gente. Qual é o maior foco de instabilidade agora? Acho chocante ainda haver grupos violentos no país. O segundo é a classe política iraquiana, feita de um bando de incompetentes mimados. Que lições podem ser aplicadas ao Afeganistão? Quase nenhuma. O círculo virtuoso que veem no Iraque só funcionou após os iraquianos criarem condições para isso. Nada indica que os afegãos farão o mesmo, e o Taleban é muito mais imiscuído na população. Além disso, ela muito menos educada: é mais difícil treinar um policial que não sabe ler. Leia a íntegra da entrevista folha.com.br/ mu790771 Texto Anterior: Obama tenta capitalizar saída do Iraque Próximo Texto: "Ele queria melhorar de vida", diz prima de morto no México Índice |
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