São Paulo, sexta-feira, 30 de setembro de 2005

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AL QAEDA

Juiz espanhol é criticado por pena a repórter

LEILA SUWWAN
DE NOVA YORK

Pego de surpresa por críticas contundentes de representantes da CNN e da Al Jazira enquanto assistia a um seminário, o juiz espanhol Baltasar Garzón foi constrangido anteontem na Universidade de Nova York a dar explicações sobre a condenação do correspondente da Al Jazira em Madri a sete anos de prisão por envolvimento com a Al Qaeda.
O réu condenado, Taysir Alouni, entrevistou Osama Bin Laden, em Cabul, cinco semanas depois do 11 de Setembro.
"Nem sequer leram a sentença", disse Garzón à Folha. "Ele seria preso antes mesmo de ir ao Afeganistão em 2001. O delito foi anterior." O jornalista foi condenado pelo crime de colaboração com organização terrorista. Segundo Garzón, ficou provado que ele angariou fundos em Granada e entregou o dinheiro em um campo de treinamento afegão.
Mas, segundo o analista de terrorismo da CNN, Peter Bergen, não existiam bancos no Afeganistão. "A única forma de enviar dinheiro é levando em mãos. É um precedente extremamente ruim para todos que já entrevistaram o Bin Laden", disse ele.
Yosri Fouda, chefe da Al Jazira em Londres, disse que "a militar que torturou prisioneiros em Abu Ghraib pega três anos, e um jornalista suspeito de ter uma inclinação ideológica pega sete". Garzón contestou esses argumentos.


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