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PERFIL
Roberts foi conselheiro da campanha de Bush em 2000
DA REDAÇÃO
John Glover Roberts Jr., 50, é o
presidente da Suprema Corte dos
EUA mais jovem desde 1801,
quando John Marshall foi confirmado para o cargo aos 45.
Como o cargo é vitalício, deve
ser exercido por mais tempo que
os dois anos que Roberts passou
até o presente como juiz de apelação do Distrito de Colúmbia (onde fica Washington), cargo recebido também por indicação do
presidente George W. Bush.
Roberts foi conselheiro legal da
campanha de Bush em 2000, ajudando a conseguir na Suprema
Corte que fosse detida a recontagem de votos na Flórida e que
Bush fosse declarado presidente.
Sua competência em assuntos
legais é reconhecida por republicanos e democratas. A nomeação
para a corte de apelações foi
apoiada por membros de ambos
os maiores partidos do país.
Fama de conservador
Sua tendência, entretanto, é
conservadora, como comenta
Stephen Wermiel, especialista em
Suprema Corte da American University de Washington: "Não será
o centro moderado da corte, mas
um voto conservador, sólido e
coerente". Jonathan Turley, professor de direito da Universidade
George Washington, acrescenta
que é "um tipo agradável e simpático, porém um dos juízes mais
conservadores do país".
A última decisão impactante de
Roberts foi a validação, com outros dois juízes, dos tribunais de
exceção estabelecidos para julgar
os presos da base militar de Guantánamo, o que representaria uma
vitória para o governo Bush.
Decisões técnicas
Roberts, no entanto, prefere fugir à polêmica. O juiz apresenta-se
como "desprovido de programa
político", justificando suas argumentações somente na lei, não em
suas crenças pessoais. Assim, não
toma partido nos temas controversos em que já teve participação, como o aborto.
Em 1990, ele defendeu perante a
Suprema Corte que um caso de
1973, usado como jurisprudência
para garantir o direito ao aborto,
fosse invalidado. Quando assumiria a corte de apelações, em 2003,
ele negou que tenha defendido
em 1990 seu ponto de vista. "Minha prática não foi ideológica em
nenhum sentido."
A União de Liberdades Civis
dos EUA critica Roberts por atuar
na defesa de causas como a instituição de preces nas escolas e a
proibição à queima da bandeira
do país, durante o governo de
Bush pai. Organizações feministas o criticam por ter argumentado, com sucesso, pela proibição
aos funcionários públicos do setor da saúde de falar sobre aborto.
Carreira
Criado no Estado de Indiana
(nasceu na cidade de Buffalo), Roberts graduou-se em Harvard em
1979. Começou sua carreira como
assistente de William Rehnquist,
que morreu na vaga que ele agora
ocupará. Como Roberts havia sido indicado para preencher a vaga de Sandra Day O'Connor, aposentada em julho, resta uma vaga
a preencher na corte.
Enriquecido por seu trabalho de
advocacia particular, Roberts,
olhos azuis, faz o tipo esportista.
Quando se casou com a advogada Jane Mary Sullivan, ambos tinham mais de 40 anos. Jane é voluntária no grupo antiaborto Feministas pela Vida. Eles têm dois
filhos, Josie, 5, e Jack, 4, adotados.
Com agências internacionais
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