São Paulo, sexta-feira, 30 de setembro de 2005

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PERFIL

Roberts foi conselheiro da campanha de Bush em 2000

DA REDAÇÃO

John Glover Roberts Jr., 50, é o presidente da Suprema Corte dos EUA mais jovem desde 1801, quando John Marshall foi confirmado para o cargo aos 45.
Como o cargo é vitalício, deve ser exercido por mais tempo que os dois anos que Roberts passou até o presente como juiz de apelação do Distrito de Colúmbia (onde fica Washington), cargo recebido também por indicação do presidente George W. Bush.
Roberts foi conselheiro legal da campanha de Bush em 2000, ajudando a conseguir na Suprema Corte que fosse detida a recontagem de votos na Flórida e que Bush fosse declarado presidente.
Sua competência em assuntos legais é reconhecida por republicanos e democratas. A nomeação para a corte de apelações foi apoiada por membros de ambos os maiores partidos do país.

Fama de conservador
Sua tendência, entretanto, é conservadora, como comenta Stephen Wermiel, especialista em Suprema Corte da American University de Washington: "Não será o centro moderado da corte, mas um voto conservador, sólido e coerente". Jonathan Turley, professor de direito da Universidade George Washington, acrescenta que é "um tipo agradável e simpático, porém um dos juízes mais conservadores do país".
A última decisão impactante de Roberts foi a validação, com outros dois juízes, dos tribunais de exceção estabelecidos para julgar os presos da base militar de Guantánamo, o que representaria uma vitória para o governo Bush.

Decisões técnicas
Roberts, no entanto, prefere fugir à polêmica. O juiz apresenta-se como "desprovido de programa político", justificando suas argumentações somente na lei, não em suas crenças pessoais. Assim, não toma partido nos temas controversos em que já teve participação, como o aborto.
Em 1990, ele defendeu perante a Suprema Corte que um caso de 1973, usado como jurisprudência para garantir o direito ao aborto, fosse invalidado. Quando assumiria a corte de apelações, em 2003, ele negou que tenha defendido em 1990 seu ponto de vista. "Minha prática não foi ideológica em nenhum sentido."
A União de Liberdades Civis dos EUA critica Roberts por atuar na defesa de causas como a instituição de preces nas escolas e a proibição à queima da bandeira do país, durante o governo de Bush pai. Organizações feministas o criticam por ter argumentado, com sucesso, pela proibição aos funcionários públicos do setor da saúde de falar sobre aborto.

Carreira
Criado no Estado de Indiana (nasceu na cidade de Buffalo), Roberts graduou-se em Harvard em 1979. Começou sua carreira como assistente de William Rehnquist, que morreu na vaga que ele agora ocupará. Como Roberts havia sido indicado para preencher a vaga de Sandra Day O'Connor, aposentada em julho, resta uma vaga a preencher na corte.
Enriquecido por seu trabalho de advocacia particular, Roberts, olhos azuis, faz o tipo esportista.
Quando se casou com a advogada Jane Mary Sullivan, ambos tinham mais de 40 anos. Jane é voluntária no grupo antiaborto Feministas pela Vida. Eles têm dois filhos, Josie, 5, e Jack, 4, adotados.


Com agências internacionais

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