São Paulo, sexta-feira, 30 de setembro de 2005

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Governo minimiza queda de líder na Câmara

DA REDAÇÃO

A Casa Branca declarou ontem que o indiciamento do ex-líder do governo norte-americano na Câmara não terá nenhuma influência na agenda do presidente George W. Bush no restante de seu segundo mandato.
O republicano Tom DeLay está sendo investigado pela Justiça por crime eleitoral no Estado do Texas. Pelas normas do partido, ele teve de se afastar do cargo de representante de Bush na Casa e assim ficará enquanto durar o caso.
Já na tarde de ontem, o presidente norte-americano se reuniu com líderes republicanos. Segundo o porta-voz Scott McClellan, o encontro já estava agendado antes da saída de DeLay. McClellan acrescentou que o governo irá se concentrar no avanço de temas importantes.
Roy Blunt, 55, congressista do Missouri no seu quinto mandato, foi escolhido como o novo líder de Bush na Câmara. Logo após o anúncio, jornais divulgaram que um comitê político controlado por Blunt pagou US$ 94 mil desde 2003 a James Ellis, um consultor político que foi indiciado juntamente com Tom DeLay. O comitê de Blunt disse que não tinha um posicionamento sobre o envolvimento do consultor político em um processo criminal.
A saída de DeLay do posto de representante de Bush na Casa foi vista por analistas políticos como mais um grande revés para o governo, que vem perdendo popularidade com o recrudescimento da violência no Iraque e com as falhas nas operações de resgate durante o furacão Katrina.
DeLay era conhecido pela sua força entre os congressistas norte-americanos, e seu trabalho foi considerado importante em votações difíceis que foram vencidas pelo Executivo. Especialistas prevêem que Blunt vá precisar de muita habilidade para obter as maiorias desejadas pelo governo.
Mas a ausência de DeLay no cargo de líder de Bush na Câmara vai, para os analistas, permitir que surja uma afluência de tensões dentro do Partido Republicano. Suas atuais composições dentro do Congresso são vistas como cada vez mais fragmentadas.
É esperado que DeLay atue informalmente como consultor durante votações importantes, por sua experiência de mais de uma década na liderança dos republicanos na Câmara.
O ex-líder de Bush afirma que as acusações levantadas pelo promotor Ronnie Earle, ligado ao Partido Democrata, tiveram "motivações políticas". Se condenado, o congressista pode pegar até dois anos de prisão e ser obrigado a pagar US$ 10 mil de multa.
De acordo com a ação, US$ 150 mil foram doados por seis empresas (DCS, Sears, Williams, Cornell, Bacardi e Questero) para uma organização política que, por sua vez, enviou um cheque de US$ 190 mil para o Comitê Nacional Republicano do Texas.
A quantia teria sido usada em despesas de campanha política. A acusação que pesa sobre DeLay, no entanto, é de que ele estaria ligado às duas pessoas que organizaram a empreitada.


Com agências internacionais

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