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MULTIMÍDIA
Imprensa americana adota tom mais negativo
DA REDAÇÃO
A onda de patriotismo na cobertura da imprensa norte-americana nas primeiras semanas após
os atentados do dia 11 de setembro e no início dos ataques ao Afeganistão há pouco mais de três semanas parece ter chegado ao fim.
O tom negativo começa a tomar
conta dos textos dos principais
jornais dos Estados Unidos, como
verificou Howard Kurtz, ombudsman do diário "The Washington Post".
Aos poucos, os jornais começam a se perguntar a razão de a
campanha estar durando tanto
tempo. O Taleban, regime extremista que controla a maior parte
do Afeganistão, parece bem mais
difícil de ser derrotado do que
transpareceu nas primeiras declarações do governo e do comando
militar.
"Os inimigos estão vencendo",
afirmou na semana passada o jornalista Terry Moran, da TV ABC,
uma das três grandes redes de TV
do país.
A perspectiva de que a ofensiva
no Afeganistão seria tão rápida
quanto a Guerra do Golfo (91) está descartada. Tampouco existe a
crença de que a campanha no
Afeganistão termine antes do Ramadã, mês sagrado para os muçulmanos, que começa em 17 de
novembro. Talvez, como afirmou
o "The New York Times", acabe
antes do Ramadã de 2002.
A paciência da imprensa estaria
acabando. As imagens dos bombardeios fornecidas pelo Pentágono, que mais parecem um videogame, não convencem mais.
A seguir, veja a postura de alguns jornais diante da ofensiva no
Afeganistão, em trechos coletados
pelo ombudsman do "The Washington Post":
"The New York Times"
Para o diário, "o Pentágono está
preparando a opinião pública
norte-americana para uma campanha bem mais longa do que a
prevista. E o Taleban pode ser
mostrado como o inimigo que
consegue sobreviver às batalhas".
"Los Angeles Times"
O jornal afirmou que os constantes erros nos ataques dos EUA
ao Afeganistão, com bombardeios a armazéns da Cruz Vermelha Internacional e morte de civis,
devem levar a uma mudança na
estratégia. "Um envolvimento
maior no campo diplomático por
meio da ONU não está descartado, especialmente durante o Ramadã, quando a ofensiva deve ser
reduzida", afirmou o diário.
"Boston Globe"
O diário destaca a tentativa do
Pentágono de mostrar que tudo
está sob controle. "As autoridades
pareciam estar na defensiva ao falar dos ataques". Pelo segundo dia
seguido, afirmou o diário, as autoridades norte-americanas tentavam explicar a morte de civis.
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