DA REDAÇÃO

A AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) aprovou ontem uma resolução que atesta que o Irã suspendeu suas atividades de enriquecimento de urânio, como parte de um acordo com a União Européia.
A resolução foi adotada depois de Teerã ter enviado, no domingo à noite, uma carta em que renunciava a exigências feitas na semana anterior, o que, segundo o porta-voz da AIEA, Mark Gwozdecky, tornou possível a aprovação do documento.
O Irã queria que atividades nucleares realizadas em cerca de 20 centrífugas para fins de pesquisa fossem excluídas da suspensão.
O texto da resolução, apresentada por Alemanha, Reino Unido e França, foi aprovado por 35 membros do Conselho de Governo, a instância executiva da AIEA.
Atendendo a requisitos iranianos, o documento descreve a suspensão como uma medida voluntária, e não obrigatória.
Com a aprovação, Teerã evita, ao menos a curto prazo, que a AIEA recorra ao Conselho de Segurança da ONU para tentar impor sanções econômicas ao país.
"A resolução aprovada pela AIEA é uma derrota definitiva para nossos inimigos, que queriam pressionar o Irã enviando o caso ao Conselho de Segurança da ONU", disse o presidente do Irã, Mohammad Khatami, à rádio estatal iraniana.
"Trata-se, claramente, de um passo positivo. Vai ajudar a mitigar a preocupação internacional sobre a natureza do programa do Irã e, com o tempo, a construir confiança", disse o chefe da AIEA, Mohamed El Baradei.
Porém a chefe da delegação americana na AIEA, Jackie Sanders, disse que os EUA não descartam recorrer ao CS pelo "perigo que representa o programa de armamento nuclear" do Irã.
"Os EUA se reservam todas as opções com respeito ao exame no Conselho de Segurança do programa iraniano de armas nucleares", disse Sanders após a aprovação da resolução. "Qualquer membro da ONU pode levar à atenção do Conselho de Segurança qualquer situação que possa pôr em risco a manutenção da paz e da segurança internacionais."