São Paulo, terça-feira, 30 de novembro de 2004

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Brasil ainda não fechou balanço de suas vítimas

DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar de o regime militar brasileiro ter chegado ao fim em 1985, nenhum levantamento centralizado permite descobrir quantos prisioneiros foram torturados por razões políticas.
Existem duas comissões em funcionamento no Ministério da Justiça. Uma delas, criada pela Lei 9.140 e que trata de mortos e desaparecidos, já chegou a 323 nomes e tem ainda 91 casos encaminhados, diz Nilmário Miranda, secretário especial de Direitos Humanos.
Outra, sobre pessoas prejudicadas pela ditadura, e não necessariamente torturadas, já deu 3.106 indenizações. Tem 60 mil requerimentos ainda em exame.
Comissões estaduais têm indenizado ou já indenizaram vítimas da tortura, mas a totalização dos casos nelas julgados será feita só em 2005 pelo governo federal.
Na Argentina, onde a ditadura (1976-1982) foi bem mais sanguinária, uma comissão formada em 1982 e presidida pelo escritor Ernesto Sábato comprovou 8.960 desaparecimentos. Cerca de 1.300 vítimas haviam com certeza passado por um dos 340 centros de triagem e tortura.
Os maiores grupos de torturados eram os de operários (32,2%) e os de estudantes (21%).
(JOÃO BATISTA NATALI)


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