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Brasil ainda não
fechou balanço
de suas vítimas
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar de o regime militar
brasileiro ter chegado ao fim
em 1985, nenhum levantamento centralizado permite
descobrir quantos prisioneiros foram torturados por razões políticas.
Existem duas comissões
em funcionamento no Ministério da Justiça. Uma delas, criada pela Lei 9.140 e
que trata de mortos e desaparecidos, já chegou a 323
nomes e tem ainda 91 casos
encaminhados, diz Nilmário
Miranda, secretário especial
de Direitos Humanos.
Outra, sobre pessoas prejudicadas pela ditadura, e
não necessariamente torturadas, já deu 3.106 indenizações. Tem 60 mil requerimentos ainda em exame.
Comissões estaduais têm
indenizado ou já indenizaram vítimas da tortura, mas
a totalização dos casos nelas
julgados será feita só em
2005 pelo governo federal.
Na Argentina, onde a ditadura (1976-1982) foi bem
mais sanguinária, uma comissão formada em 1982 e
presidida pelo escritor Ernesto Sábato comprovou
8.960 desaparecimentos.
Cerca de 1.300 vítimas haviam com certeza passado
por um dos 340 centros de
triagem e tortura.
Os maiores grupos de torturados eram os de operários (32,2%) e os de estudantes (21%).
(JOÃO BATISTA NATALI)
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