|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Em Moscou, Raúl Castro firma acordos com a Rússia
País dará auxílio financeiro e doará grãos a Cuba
DA REDAÇÃO
Raúl Castro, na primeira visita de um chefe de Estado cubano à Rússia desde o fim da
Guerra Fria, assinou ontem
com o presidente russo, Dimitri Medvedev, um memorando
para relançar a "cooperação estratégica" bilateral. Foram fechados 34 acordos, vários em
matéria de energia e indústria
-ainda que detalhes e números
não tenham sido divulgados.
Moscou anunciou crédito adicional de US$ 20 milhões à ilha.
Para Raúl, que fica no país até
a próxima quarta, foi um dia
"histórico". Para Medvedev,
"um rito" que marca a reaproximação dos países. "Somos velhos amigos, nos conhecemos
na riqueza e na pobreza -que,
como vocês dizem, é quando se
conhece melhor os amigos",
disse o cubano, segundo o comunicado oficial divulgado.
A ilha comunista dependeu
da parceria com Moscou por
quase três décadas. Com o fim
da União Soviética, em 1991,
Cuba mergulhou numa profunda crise econômica. As relações
começaram a melhorar em
2002, quando o Kremlin resolveu congelar a dívida de US$ 20
bilhões contraída por Havana.
Medvedev anunciou ainda o
envio de 25 mil toneladas de
grãos à ilha, atingida por três
furacões em 2008. E o vice-premiê russo, Igor Sechin, disse
que a ajuda pode chegar a 100
mil toneladas. O banco de comércio russo também afirmou
ter aberto um crédito de US$
44,5 milhões para que a ilha
compre um avião de carga e
equipamentos na Rússia.
A imprensa russa deu destaque à visita de Raúl, que começou anteontem com um nostálgico e informal encontro numa
casa de campo visitada pelo cubano durante a Guerra Fria. Os
jornais e o próprio Kremlin situam a visita dentro dos planos
de fortalecer as relações com a
América Latina.
Embora a crise econômica
impeça investimento de peso
imediato de Moscou na ilha, os
anúncios são importantes para
Raúl num momento delicado
da economia cubana. A alta do
preço dos alimentos atingiu em
cheio o caixa do governo, e a
ilha tem deixado de pagar fornecedores. Na semana passada,
a petroleira canadense Pebercan encerrou parceria com Havana por causa das dívidas.
Texto Anterior: Entrega de reféns das Farc será feita em três etapas Próximo Texto: África: Congresso elege no Djibuti novo líder da Somália Índice
|