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COMUNIDADE RACIAL
Ex-soldado alemão, líder do grupo, é procurado sob acusação de abuso sexual de 20 meninos
Polícia ocupa colônia alemã no Chile
OTÁVIO DIAS
da Reportagem Local
A polícia chilena montou ontem
uma operação especial para tentar
prender o imigrante alemão Paul
Schaefer, fundador e líder da Colonia Dignidad, acusado de abusar
sexualmente de menores integrantes da comunidade, situada
cerca de 320 km ao sul de Santiago, a capital do país.
De acordo com a agência "Reuters", pelos menos 80 policiais, alguns montados a cavalo, outros
utilizando carros tipo "jipe", vasculhavam, com a ajuda de um helicóptero, a propriedade rural de
cerca de 16 mil hectares, localizada
numa região montanhosa próxima à Cordilheira dos Andes e coberta de vegetação.
Há uma semana, cerca de 60 policiais fortemente armados bloquearam as vias de acesso à colônia, que parece uma fortaleza cercada de muros e arame farpado.
Desde a última terça-feira, a Vila
Bavária, que reúne as principais
construções da colônia, todas no
estilo arquitetônico típico do sul
da Alemanha, está ocupada pela
polícia, cuja presença foi autorizada por um período de 30 dias pelo
juiz da cidade vizinha de Parral.
Schaefer, que foi cabo do Exército alemão durante a Segunda
Guerra Mundial e deve ter hoje 77
anos, está foragido desde agosto
de 96, quando uma ordem de prisão contra ele foi emitida sob acusação de abuso sexual de 20 garotos menores de idade.
De acordo com a polícia, ele deve estar na fazenda, habitada por
cerca de 340 colonos, em sua
maioria descendentes de alemães.
A polícia mostrou imagens de túneis subterrâneos que poderiam
facilitar uma fuga.
Mas, segundo os membros da
comunidade, o líder não é visto no
local há pelo menos 18 meses. "Ele
não está aqui. A operação policial
e a ocupação da propriedade infringem nossos direitos", afirmou
o porta-voz Hernán Escobar.
Desde a ocupação, têm crescido
os incidentes entre os policiais,
que controlam o movimento de
carros e exigem a apresentação de
documentos pelas pessoas, e os
membros da comunidade, que
tentam dificultar o deslocamento
da polícia pelas estradas internas.
Com agências internacionais
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