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ÁSIA
Aumento da tensão leva Washington a tentar intervir no conflito entre os dois países, que dispõem de arsenal nuclear
EUA enviam Rumsfeld a Índia e Paquistão
DA REUTERS
O presidente dos EUA, George W. Bush, disse ontem que enviaria seu secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, ao sul da Ásia na próxima semana, intensificando a
pressão para impedir uma guerra entre Índia e Paquistão.
Bush afirmou que o presidente paquistanês, Pervez Musharraf,
deve impedir a incursão de separatistas baseados no Paquistão na
parte da Caxemira controlada pela Índia -que causou duas guerras entre os vizinhos desde 1947.
"Somos parte de uma coalizão internacional pressionando ambos os países, particularmente Musharraf", disse Bush. "Ele precisa impedir as incursões através da Linha de Controle [que divide a Caxemira". Ele disse que o faria.
Estamos deixando claro que ele precisa honrar suas palavras."
A Índia controla cerca de 45% da Caxemira; o Paquistão, cerca
de 33%; e a China, o restante.
A Índia acusa o Paquistão de incitar e armar separatistas na parte
da Caxemira controlada pela Índia. O Paquistão nega e diz que dá
apenas apoio moral à sua "luta legítima pela autodeterminação".
Mais cedo, o Paquistão dissera que estava considerando a possibilidade de transferir soldados da fronteira com o Afeganistão para
a fronteira com a Índia.
O canal de TV CNN, citando fontes do governo americano,
disse ontem que os EUA acreditam que membros da Al Qaeda
possam estar tentando fomentar o conflito entre os dois países para
"distrair" o governo paquistanês de sua missão de perseguir a rede
terrorista e seus aliados.
Mas Bush advertiu que a Al Qaeda -responsabilizada pelos atentados de 11 de setembro- não deveria esperar se beneficiar
de um possível conflito entre a Índia e o Paquistão, dizendo que as
forças americanas iria "caçar"
seus integrantes pacientemente.
As mesmas fontes, segundo a
CNN, afirmaram que a Índia havia começado a trabalhar para armar mísseis de médio alcance
com ogivas convencionais. Os
mísseis também podem levar ogivas nucleares. O Paquistão testou
mísseis no último fim de semana.
"Estamos deixando muito claro
à Índia e ao Paquistão que uma
guerra não serviria a seus interesses", afirmou Bush na Casa Branca, ao lado de Rumsfeld e do secretário de Estado, Colin Powell.
Rumsfeld disse que os EUA haviam refletido sobre os efeitos de
uma guerra nuclear e dividiriam
suas conclusões com ambos os lados, mas não quis fornecer detalhes sobre sua missão, afirmando
que qualquer coisa que dissesse
poderia ser mal interpretada.
"Nossas esperanças e esforços
terão o objetivo de assegurar que
as tensões atuais diminuam", afirmou, dizendo que ele aproveitaria
uma viagem a Bruxelas para uma
reunião da Otan na próxima semana para seguir para a Ásia.
Como parte do esforço diplomático dos EUA, o subsecretário
de Estado Richard Armitage deve
se reunir com autoridades paquistanesas e indianas na quinta e
na sexta-feira da semana que
vem. O chanceler britânico, Jack
Straw, encerrou anteontem uma
missão de paz na região.
A Índia e o Paquistão mobilizaram cerca de 1 milhão de militares
na sua fronteira desde dezembro,
quando um ataque ao Parlamento indiano, pelo qual Nova Déli
culpou separatistas baseados no
Paquistão, levou os adversários à
beira de uma quarta guerra.
A tensão aumentou após um
ataque a um acampamento militar indiano na Caxemira no dia 14,
que matou 30 pessoas e pelo qual
a Índia também culpou separatistas baseados no Paquistão.
Retirada
O jornal "USA Today" afirmou ontem que os EUA estavam elaborando planos de emergência para retirar mais de 60 mil americanos da Índia e do Paquistão.
Questionado sobre a reportagem, Bush disse que Powell e
Rumsfeld estavam "analisando o que seria preciso para proteger vidas americanas se necessário".
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