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AMÉRICA LATINA
Decisão é penúltimo passo para formalizar pedido ao Japão
Justiça peruana aprova extradição de Fujimori
DA REDAÇÃO
A Suprema Corte do Peru abriu o caminho para que o governo peça ao Japão a extradição do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000), para enfrentar no
país acusações de massacres cometidos por um esquadrão da morte durante seu governo.
A decisão da Suprema Corte é o penúltimo passo antes de que o
pedido de extradição se torne oficial. Agora caberá ao ministro da
Justiça a aprovação final para a transmissão do pedido a Tóquio,
onde Fujimori vive em um auto-exílio desde novembro de 2000,
após ser destituído do cargo por incapacidade moral. O Ministério
da Justiça não informou quanto tempo será necessário para que a
aprovação final seja dada.
A decisão é a mais importante até hoje contra Fujimori, mas há
poucas chances de que a extradição seja aprovada pelo Japão.
Como filho de imigrantes japoneses, Fujimori tem cidadania japonesa. A legislação local impede a extradição de cidadãos japoneses, e os dois países não têm um tratado de extradição. Mas os promotores peruanos acreditam que
Fujimori poderia ser extraditado com base nas leis internacionais
que estipulam que suspeitos de crimes contra direitos humanos
podem ser extraditados.
Fujimori nega as acusações de crimes contra os direitos humanos e de corrupção e diz estar sendo vítima de perseguição no Peru.
Ele diz que não teria um julgamento justo no país.
Fujimori deixou a Presidência após a divulgação de um vídeo secreto que revelava uma rede de corrupção liderada pelo seu braço
direito, Vladimiro Montesinos, ex-chefe do serviço de inteligência. Montesinos está preso no Peru aguardando julgamento por lavagem de dinheiro e assassinato.
No ano passado, o procurador-geral do Peru indiciou Fujimori
como responsável por dois massacres cometidos pelo esquadrão
da morte Grupo Colina em meio à guerra contra grupos rebeldes de
esquerda.
Mudança de nome
Segundo o jornal peruano "El Comercio", Fujimori teria mudado de bairro em Tóquio e estaria usando o nome de Ken Inomoto, formado pelo diminutivo de seu
segundo nome, Kenya, e pelo sobrenome de solteira de sua mãe.
O jornal diz ter comprovado a mudança de identidade no escritório do correio da região onde Fujimori estaria vivendo, e atribui a troca a "uma tentativa de despistar a imprensa e manter o estilo de vida discreto que adotou
desde que se auto-exilou". Segundo o jornal, o objetivo dele é "despistar a Justiça peruana sobre o envio de citações para os processos abertos contra ele no Peru".
Com agências internacionais
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