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São Paulo, quinta-feira, 31 de julho de 2003

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COLÔMBIA

Grupo condiciona soltura a acordo com governo Uribe

Farc desmentem negociações para a libertação de Ingrid Betancourt

DA REDAÇÃO

A guerrilha terrorista Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) desmentiu, em um comunicado na internet, que tenha negociado a libertação da ex-senadora e ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt com sua família ou com o governo francês e afirmou que ela só será solta após um "acordo humanitário" com o governo colombiano.
No comunicado, divulgado na noite de anteontem, as Farc dizem ter recebido "com surpresa" as notícias de que membros do grupo teriam contactado familiares de Betancourt ou funcionários do governo da França com o intuito de libertá-la. Betancourt, 41, foi sequestrada pelas Farc em fevereiro do ano passado. O grupo exige, para libertá-la, uma troca por guerrilheiros presos.
As notícias sobre as supostas negociações surgiram há duas semanas, quando a revista brasileira "Carta Capital" noticiou a presença de um avião militar francês no aeroporto de Manaus, entre os dias 9 e 12 de julho. Segundo a revista, os 11 militares e diplomatas franceses a bordo teriam o objetivo de negociar a libertação de Betancourt, que também tem nacionalidade francesa, com as Farc. O governo francês negou ter mantido contatos com a guerrilha.
A irmã de Betancourt, Astrid, disse que havia informado ao governo francês sobre a possível libertação da ex-senadora, após ter sido contactada por um porta-voz das Farc, e que o avião que pousou em Manaus tinha uma equipe médica, para o caso de ela necessitar de auxílio após a libertação.
A filha da ex-senadora, Melanie, 17, acusou ontem a mídia de ter prejudicado a possibilidade de sua libertação com a polêmica sobre o avião francês. "A libertação de minha mãe se tornou um sonho mais distante", disse.
Em seu comunicado, as Farc afirmam que todas as versões sobre uma possível libertação de Betancourt são "obra da inteligência militar na cabeça do presidente Álvaro Uribe, com a finalidade de enganar as boas intenções humanitárias dos franceses".
Segundo a revista colombiana "Semana", o suposto acordo das Farc com o governo francês incluiria a troca de Betancourt por dinheiro, medicamentos e um tratamento médico na França a Raúl Reyes, ex-negociador de paz das Farc, que estaria sofrendo de problemas renais graves.


Com agências internacionais

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