São Paulo, domingo, 31 de agosto de 1997.



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TERROR
Ações, supostamente de grupos islâmicos, aconteceram na mesma noite em que ao menos 98 morreram em aldeia
Ataques fazem mais 45 mortes na Argélia

das agências internacionais

Ataques contra civis na Argélia fizeram mais 45 mortes, informou ontem a imprensa do país. Os ataques ocorreram na madrugada de sexta, no mesmo momento em que pelo menos 98 pessoas eram mortas na localidade de Sidi Rais.
Segundo o jornal "El Watan", de Argel (a capital), 40 pessoas foram degoladas em Maalba, ao sul da cidade.
Os outros cinco mortos daquela noite eram todos da mesma família e moravam na capital. Também foram degolados. Duas jovens da família foram sequestradas.
Além disso, o jornal "Liberté" diz que 256 pessoas morreram no ataque a Sidi Rais. O número de mortos daquela investida é controverso. O governo dá a cifra oficial de 98, mas algumas fontes falam em mais de 300.
A polícia de Sidi Rais deu um número distinto do governo: 90 mulheres, 30 bebês, 55 crianças e 55 homens mortos, em um total de 230 vítimas.
O Grupo Islâmico Armado, principal foco da insurreição radical muçulmana contra o governo laico do presidente Liamine Zeroual, lamentou o ataque e disse não ter ligação com ele. O método usado, porém, é semelhante ao de outros ataques do GIA -ação de grupos contra pequenas cidades, com as vítimas sendo degoladas.
Sobreviventes do massacre relataram ontem que várias jovens foram sequestradas, supostamente para depois serem estupradas pelos terroristas.
Como reação à nova onda de violência -iniciada com a anulação de eleições vencidas pelos islâmicos, em 1992-, o primeiro-ministro do país, Ahmed Ouiahia, foi à TV prometer medidas de segurança às comunidades rurais, principais alvos dos ataques. Ele adiou uma entrevista coletiva que havia sido convocada para hoje antes do massacre.
Os jornais criticaram a falta de ação do governo. "Discursos e marchas não bastam", disse o "Liberté" sobre a passeata contra o terrorismo convocada no começo do mês, com apoio das autoridades. A guerra civil já matou mais de 50 mil pessoas.



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