São Paulo, sexta-feira, 31 de agosto de 2007

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Hu Jintao muda ministros para consolidar poder

JIM YARDLEY
DO "NEW YORK TIMES", EM PEQUIM

O governo chinês substituiu seu ministro das Finanças e quatro outros ministros ontem. As nomeações prefiguram mudanças maiores, no momento em que o Partido Comunista se prepara para seu 17º congresso, em outubro.
O ministro das Finanças Jin Renqing, que era considerado um candidato ao Birô Político do PC, renunciou por "razões pessoais". O Conselho de Estado, ou gabinete, transferiu-o para um cargo inferior num instituto de pesquisas. Seu futuro permanece incerto, já que seu nome estaria ligado a um escândalo de prostituição envolvendo altos funcionários, segundo jornais de Hong Kong.
As manobras políticas acontecem num momento em que o presidente Hu Jintao procura consolidar seu poder, colocando aliados em cargos críticos. A repressão à corrupção vem se voltando contra altos funcionários do governo e já provocou várias baixas, incluindo a do ex-chefe do partido em Xangai.
Analistas dizem que Hu pretende afastar funcionários leais a seu predecessor, Jiang Zemin, ou que estejam em descompasso com o pensamento político dele, Hu. No congresso do PC, a expectativa é que Hu, que também preside o partido, coloque aliados seus no Conselho de Estado e também no Birô Político, o grupo de cerca de 25 dirigentes que comandam o partido.
O ministro das Finanças foi substituído por Xie Xuron, que foi chefe do equivalente à Receita Federal chinesa.
O editor-chefe do "The China Economic Quarterly", Arthur Kroeber, disse que a saída de Jin criou uma brecha para Hu instalar em seu lugar alguém que seja mais aberto a suas metas de ampliar os gastos com saúde, educação e serviços sociais, com vistas à redução da desigualdade. Sob a égide de Jin, o Ministério das Finanças era visto como fiscalmente conservador e receoso de endossar novos programas de gastos, disse Kroeber.
De acordo com o analista, Jin "parecia ser um dirigente partidário bastante conservador, da escola antiga, não muito criativo nem de pensamento progressista". Outras mudanças de nomes incluem a indicação de um novo chefe do Ministério da Segurança do Estado, Geng Huichang; de um novo ministro de
Pessoal, Yin Weimin; de um novo ministro da Supervisão, Ma Wen; e de um novo ministro da Indústria da Defesa, Zhang Qingwei.


Tradução de CLARA ALLAIN

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