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Governo quer controle sobre ajuda americana
DO ENVIADO A LA PAZ
Criticado nos últimos dias
por distribuir dinheiro venezuelano a prefeitos, o governo
boliviano reagiu acusando os
EUA de financiar a oposição a
Evo Morales com verbas disfarçadas de cooperação e ameaçou
proibir a continuação de programas de ajuda norte-americanos no país.
"O povo boliviano decidiu levar adiante um profundo processo de mudanças que está
sendo acossado e prejudicado
pelos efeitos derivados da cooperação com os Estados Unidos", disse anteontem o ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana, durante entrevista coletiva.
"Se a cooperação dos EUA
não se ajustar à política do Estado boliviano, tem as portas
abertas. Não vamos permitir
um dia mais que essa forma de
cooperação prejudique a nossa
democracia, conspire contra o
direito à liberdade de nosso povo e ofenda a dignidade nacional", continuou.
Com um relatório detalhado
em mãos, Quintana afirmou
que, dos US$ 120 milhões que
os EUA destinam anualmente à
Bolívia, 70% não passam pelo
controle do Estado e se destinam a ONGs ou agências americanos que empregam ex-funcionários de governos anteriores. O ministro de Morales
mostrou uma lista de 16 ex-ministros, ex-vice-ministros e outros ex-funcionários de governos de forças políticas que hoje
estão em oposição a Morales.
Resposta
Também anteontem, o porta-voz do Departamento de Estado Tom Casey disse que, "em
qualquer lugar do mundo, a
ajuda americana não apóia
agendas partidária nem respalda candidatos ou partidos".
Já o senador oposicionista
Guido Guardia pediu ontem
desculpas ao governo americano pelas declarações do ministro de Morales.
O partido de Guardia, Podemos, tem feito duras críticas à
ajuda vinda do governo Hugo
Chávez. Nos últimos dias, Morales tem realizado atos públicos para entregar cheques venezuelanos diretamente a prefeitos. Para a oposição, o formato é ilegal, já que os recursos
nem sequer passam pelo Tesouro.(FM)
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