São Paulo, sexta-feira, 31 de agosto de 2007

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Chávez e Uribe se encontram hoje para negociar libertação de reféns

Sarkozy pressiona pela liberdade de Ingrid Betancourt, refém mais famosa

RAUL JUSTE LORES
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, encontra-se hoje em Bogotá com seu colega colombiano, Álvaro Uribe, para discutir um acordo humanitário que pode libertar dezenas de reféns da guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
Antes do encontro, o presidente francês, Nicolás Sarkozy, telefonou para os dois, expressando sua expectativa de que Chávez possa intermediar a troca de 45 seqüestrados por 500 guerrilheiros presos.
A refém mais famosa das Farc, a ex-candidata presidencial e senadora Ingrid Betancourt, também tem a cidadania francesa e é ídolo nacional na França, onde sua biografia vendeu 300 mil exemplares -daí o empenho de Sarkozy.
O encontro de hoje foi precedido pelo indulto dado por Chávez a 41 paramilitares colombianos presos na Venezuela, suspeitos de organizar um atentado ao palácio presidencial venezuelano.

Tensão e intromissão
Apesar de os presidentes de países historicamente rivais repetirem que a relação entre eles é ótima, não falta tensão ao encontro. A imprensa colombiana diz que o governo de Uribe pediu que Chávez não se encontrasse com familiares de reféns, como o venezuelano queria fazer.
Para o ex-secretário-geral da Presidência da Colômbia Miguel Silva, colunista do jornal "El Tiempo", o principal do país, a aposta de Uribe é "arriscada". "Ele abandonou a tradição colombiana de negociar o conflito armado só entre colombianos e convidou Chávez, que nunca escondeu sua simpatia pelas Farc", disse à Folha.
"É o melhor pretexto para Chávez se intrometer no processo político colombiano, algo que ele sempre quis fazer. Tomara que isso traga a liberdade dos seqüestrados, pelo menos."
Chávez disse no sábado que fez contatos para ter uma resposta do líder das Farc, Manuel Marulanda, sobre a iniciativa para o "acordo humanitário".
Raúl Reyes, segundo nome na hierarquia das Farc, rejeitou na semana passada a oferta de Chávez de desmilitarizar uma área da Venezuela para efetuar a troca de prisioneiros, mas disse que está disposto a dialogar "em qualquer lugar".
"Quero agradecer ao presidente Chávez por esse gesto, pela generosidade, mas continuamos a defender que a troca aconteça na Colômbia", disse ao jornal argentino "Clarín".


Com agências internacionais

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