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Chávez e Uribe se encontram hoje para negociar libertação de reféns
Sarkozy pressiona pela liberdade de Ingrid Betancourt, refém mais famosa
RAUL JUSTE LORES
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente venezuelano,
Hugo Chávez, encontra-se hoje
em Bogotá com seu colega colombiano, Álvaro Uribe, para
discutir um acordo humanitário que pode libertar dezenas
de reféns da guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias
da Colômbia (Farc).
Antes do encontro, o presidente francês, Nicolás Sarkozy,
telefonou para os dois, expressando sua expectativa de que
Chávez possa intermediar a
troca de 45 seqüestrados por
500 guerrilheiros presos.
A refém mais famosa das
Farc, a ex-candidata presidencial e senadora Ingrid Betancourt, também tem a cidadania
francesa e é ídolo nacional na
França, onde sua biografia vendeu 300 mil exemplares -daí o
empenho de Sarkozy.
O encontro de hoje foi precedido pelo indulto dado por
Chávez a 41 paramilitares colombianos presos na Venezuela, suspeitos de organizar um
atentado ao palácio presidencial venezuelano.
Tensão e intromissão
Apesar de os presidentes de
países historicamente rivais repetirem que a relação entre
eles é ótima, não falta tensão ao
encontro. A imprensa colombiana diz que o governo de Uribe pediu que Chávez não se encontrasse com familiares de reféns, como o venezuelano queria fazer.
Para o ex-secretário-geral da
Presidência da Colômbia Miguel Silva, colunista do jornal
"El Tiempo", o principal do
país, a aposta de Uribe é "arriscada". "Ele abandonou a tradição colombiana de negociar o
conflito armado só entre colombianos e convidou Chávez,
que nunca escondeu sua simpatia pelas Farc", disse à Folha.
"É o melhor pretexto para
Chávez se intrometer no processo político colombiano, algo
que ele sempre quis fazer. Tomara que isso traga a liberdade
dos seqüestrados, pelo menos."
Chávez disse no sábado que
fez contatos para ter uma resposta do líder das Farc, Manuel
Marulanda, sobre a iniciativa
para o "acordo humanitário".
Raúl Reyes, segundo nome
na hierarquia das Farc, rejeitou
na semana passada a oferta de
Chávez de desmilitarizar uma
área da Venezuela para efetuar
a troca de prisioneiros, mas
disse que está disposto a dialogar "em qualquer lugar".
"Quero agradecer ao presidente Chávez por esse gesto,
pela generosidade, mas continuamos a defender que a troca
aconteça na Colômbia", disse
ao jornal argentino "Clarín".
Com agências internacionais
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