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HISTÓRIA
Entenda como terminou o Império Britânico
especial para a Folha
Ele já foi o império onde o sol
nunca se punha. Dentro dele podia-se ouvir o suahili, o chinês, o
creole, o árabe, o francês e mais
de uma centena de outras línguas, além, claro, do inglês.
O Império Britânico começou
a ser construído no século 17 como uma necessidade de expansão de mercados de uma nação
comerciante. Consolidou-se no
século 19 para garantir as rotas
para a "jóia da coroa", a Índia.
Olhando o mapa (veja quadro
acima) pode-se imaginar a lógica da colonização: dominar ilhas
que abasteceriam os navios em
suas rotas periplanetárias e consolidar a administração colonial
nos fornecedores de matérias-primas.
O Canadá, a Nova Zelândia e a
Austrália, que agora pensa em
república, são casos particulares.
Com uma colonização européia
de assentamento, criaram sociedades que se separaram sem
guerras com a metrópole.
Em 1867, o Parlamento britânico aprova o Ato da América
do Norte. Antes de perder o Canadá como perdera os EUA em
1776, passa o abacaxi da convivência de canadenses que falavam inglês com canadenses que
falavam francês para ser resolvido entre os próprios.
A Austrália foi inicialmente
colonizada por degredados. A
prisão ou a Austrália? A Austrália. Em 1900, a metrópole aprova
o Ato da Austrália, dando aos
colonos um Parlamento e soberania interna. Até 1931, um governador-geral indicado por
Londres foi responsável pela política externa e pela defesa.
Gozando de real independência, esses países adotaram o rei
(ou rainha) como chefe de Estado, elegendo o chefe de governo.
A África do Sul conseguiu sua
independência no começo do
século 20, depois de uma guerra
em que os descendentes de holandeses (bôeres) enfrentaram
um poderio militar superior.
O século 20 marca mesmo o
fim do poder imperial de Londres. Um forte movimento de
independência eclode na Índia,
tornando impossível a manutenção da administração.
A partir de 1947, a região vai
tomando rumo próprio: Índia e
Paquistão, Birmânia (hoje
Myanmá), Malásia e Brunei.
A África, fatiada entre os europeus na Conferência de Berlim
(1884-85), vê seus movimentos
nacionalistas ganharem o poder
nas décadas de 1950 e 1960.
No fim das contas, um império
como nunca se viu desabou com
o próprio peso. Grande demais
para para o mundo moderno,
arcaico na concepção.
(RODRIGO UCHÔA)
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