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ORIENTE MÉDIO
Com indicação do ex-premiê trabalhista, coalizão está consolidada em Israel; nove palestinos são mortos
Shimon Peres será adjunto de Ariel Sharon
DA REDAÇÃO
O primeiro-ministro de Israel,
Ariel Sharon, chegou a um acordo
com Shimon Peres para que o líder trabalhista assumisse o posto
de premiê-adjunto, consolidando
a entrada do Partido Trabalhista
na coalizão de governo.
Havia um impasse sobre qual
seria o cargo de Peres no governo.
Obstáculos legais impediam que
ele se tornasse vice-premiê sem
que Ehud Olmert, um dos principais aliados de Sharon no Likud,
deixasse o posto.
Como premiê-adjunto, Peres se
torna a segunda pessoa com mais
poder na coalizão -apesar de, na
prática, Sharon conservar quase
todas as decisões nas suas mãos.
Já Olmert permanece como o
substituto do premiê em caso de
morte ou em todas as vezes que
for necessário.
Os trabalhistas são fundamentais para que Sharon consiga
manter o seu governo, que ficou
minoritário após a saída de dois
partidos: o Partido Nacional Religioso, que se opõe ao plano de saída de Gaza, e o Shinui, contrário à
influência religiosa no governo.
Com os trabalhistas na coalizão,
Sharon terá força suficiente para
levar adiante o seu plano de retirada dos assentamentos da faixa
de Gaza, que hoje é o principal pilar de sua administração.
O objetivo da retirada, que já foi
aprovada no Knesset (Parlamento), é reduzir o atrito com os palestinos na região. Ao todo, cerca
de 8.000 colonos vivem em colônias na faixa de Gaza, em meio a
1,3 milhão de palestinos.
Além dos assentamentos em
Gaza, outras quatro colônias isoladas na Cisjordânia, de um total
de 120, serão desmanteladas.
Os palestinos temem que o plano de Sharon tenha como objetivo, ao sair de Gaza, solidificar a
presença israelense na Cisjordânia, outro território ocupado na
Guerra dos Seis Dias (1967).
Ao longo das negociações para a
definição do posto de Peres,
membros do Partido Trabalhista
chegaram a afirmar que Sharon
não estava se esforçando para encontrar um lugar para o ex-premiê e Nobel da Paz em 1994.
Campanha e violência
Em campanha no campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia,
o candidato do Fatah e líder da
OLP (Organização para a Libertação da Palestina), Mahmoud Abbas, foi carregado nos ombros por
um dos mais conhecidos militantes palestinos, Zakaria Zubeidi, líder local do grupo terrorista Brigadas dos Mártires de Al Aqsa.
Em seguida, Zubeidi e seus seguidores fizeram disparos para o
ar e entoaram gritos de apoio a
Abbas, considerado um moderado mas que na campanha tem
buscado o apoio de facções mais
radicais, como as Brigadas de Al
Aqsa, que possui ligações com
alas do Fatah.
Em Gaza, forças israelenses mataram sete militantes e dois adolescentes ontem em operação
que, segundo o Exército, tinha como objetivo encerrar os ataques
de mísseis e de obuses contra assentamentos judaicos e cidades
israelenses na região.
Testemunhas afirmam que os
militantes foram mortos em ataque de mísseis. Já os adolescentes
foram mortos a tiros enquanto assistiam aos confrontos nas ruas.
Autoridades palestinas condenaram o ataque israelense e acrescentaram que operações desse tipo servem apenas para sabotar a
preparação para a eleição presidencial de 9 de janeiro.
"Nós pedimos à comunidade
internacional que intervenha
imediatamente para permitir que
possamos ter uma eleição livre e
justa", disse Saeb Erekat, o principal negociador palestino.
Horas mais tarde, militantes palestinos explodiram uma bomba
perto de um posto militar israelense na faixa de Gaza. Não há informação de vítimas.
Com agências internacionais
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