São Paulo, domingo, 03 de novembro de 2002


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CONTRA A MARÉ

Segundo empresária, crise é momento para "colocar a casa em ordem"

Dona de escola decide investir

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Diminuir o ritmo ou aproveitar a crise para se sobressair no mercado? O que pode parecer para muitos o fim da linha é encarado por outros como uma oportunidade de ouro para conquistar novos públicos ou simplesmente otimizar os processos internos da empresa.
A pequena empresária Áurea Weber, 41, dona de duas escolas de inglês em Osasco (Grande São Paulo), diz aproveitar a falta de novos negócios que marca o atual cenário econômico para "deixar a casa em ordem".
"Foi a pior crise que eu já vi, houve um recuo de 10% a 15% no volume de matrículas em relação a 2001. Mas não posso adiar os investimentos, presidentes entram e saem do governo, a gente tem de continuar trabalhando", resume.
Empresária há 13 anos, Weber planeja terminar de investir neste final de ano os R$ 50 mil que vem aplicando em reformas e treinamento de pessoal desde abril. Apesar do ano ruim, ela diz não temer a possibilidade de ficar no prejuízo. "No mínimo, serve para espantar o baixo astral do clima recessivo. Se eu deixar tudo funcionando agora, estarei preparada para quando o movimento retornar."
Para garantir os investimentos em publicidade, ela montou uma associação de pequenas escolas de idiomas. Reunindo 22 empresas de São Paulo, São Bernardo do Campo e Barueri, planeja agora aplicar R$ 20 mil mensais para divulgar os associados. "Como somos pequenos e queremos continuar independentes, só atingimos o grande público por meio de uma associação", explica Weber.

Estratégia
Embora longe dos R$ 100 milhões de faturamento anual do Yázigi -franquia de ensino de línguas com 350 escolas em todo o país-, a empresária de Osasco está adotando uma estratégia parecida com a da rede.
"Não é ousadia, é algo racional. É uma oportunidade para reposicionamento em um mercado que tem andado devagar nos últimos dois anos", analisa o presidente do Yázigi, Ricardo Young, justificando o aporte de R$ 7 milhões no desenvolvimento de um novo método de aprendizado de inglês.
Segundo ele, 2003 ainda deve ser ruim para os negócios, mas o investimento de agora pode render bons frutos em 2004.



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