São Paulo, domingo, 03 de novembro de 2002


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Especialistas dizem que propostas vão no "rumo certo", mas falta mostrar como conseguir verbas

Consultores cobram clareza do PT

FREE-LANCE PARA A FOLHA

As propostas do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, para micro, pequenas e médias empresas prevêem o cumprimento de velhas demandas do empresariado: crédito mais fácil e barato, fim da tributação em cascata e auxílio às exportações por meio da redução de impostos e apoio de embaixadas brasileiras no exterior.
O economista Guido Mantega, um dos coordenadores do programa econômico do PT, afirmou, após o primeiro pronunciamento oficial de Lula, que o incentivo é prioridade. "As pequenas são uma das principais geradoras de empregos, e es- se [criação de vagas" é um dos objetivos do governo Lula."
Como isso tudo pode ser feito, entretanto, ainda não está claro (veja quadro ao lado). A vice-presidente do Corecon-SP (Conselho Regional de Economia de São Paulo), Peggy Beçak, questio- na qual será o método a ser empregado para possibilitar a queda nos juros e o fortalecimento das linhas de crédito. "É preciso explicitar de onde virão os recursos para tomar essas medidas. Não dá para comentar nada sem analisar as propostas reais."

Otimismo
Apesar de ser cedo para avaliar a viabilidade das propostas do futuro governo Lula, o coordenador do programa de microcrédito do Sebrae, Eli Moreno, afirma que está "muito otimista".
"As idéias são viáveis e mostram que o governo estará no caminho certo, pois não há desenvolvimento social sem o apoio às pequenas empresas. O espaço político está mais favorável a esse tipo de discussão agora."
O economista Alexandre Fischer, da RC Consultores, prevê que o governo Lula será marcado pela contenção de tarifas públicas e pelo combate à sonegação de impostos para elevar a arrecadação sem aumentar os tributos.
Segundo ele, os juros devem iniciar movimento de queda gradual no ano que vem, mas nenhuma medida será muito ágil.
No âmbito das exportações, o economista diz que pode haver taxação maior de alimentos, forçando o consumo interno para provocar queda de preços. (RE)


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