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Batizado de empresa deve respeitar regras
Especialistas recomendam pensar no público-alvo
DENISE BRITO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Assim como a escolha do nome de um filho, a definição do
título pelo qual a empresa deverá se tornar conhecida no
mercado é um passo importante no processo de sua criação.
Diferentemente da razão social, que não é exposta ao público, a marca e o nome fantasia da
empresa são usados na divulgação e devem contemplar características que otimizem investimentos em torná-los conhecidos, como sonoridade, facilidade de memorização e associação com atributos positivos.
"É preciso ser visionário.
Quanto mais o empreendedor
puder utilizar essa marca na
qual começa a investir, melhor
será para ele", afirma Paulo
Sérgio Quartiermeister, professor da ESPM (Escola Superior
de Propaganda e Marketing).
Entre os cuidados recomendados está o de se prevenir contra eventuais restrições de uso
devido à limitação do significado do nome escolhido. Uma
confecção de roupas para gestantes chamada "Mammy", por
exemplo, dificultaria em uma
futura extensão de linha, com
roupas para outros públicos.
"Em uma situação assim, o
investimento em tornar a marca conhecida não seria aproveitado", pontua Quartiermeister.
Por outro lado, há que se considerar a facilidade em usar palavras com sentido relacionado
à vocação da empresa. "Deve-se
perguntar que tipo de atributo
se deseja embutir na marca e
buscar nomes que contribuam
para a associação desejada",
aconselha o diretor de criação
da agência de publicidade Lew,
Edgard Gianesi.
Estrangeirismos -como nomes em inglês- podem ser desejáveis quando a área de atuação da empresa valoriza as diversidades culturais e tecnológicas. "A fonética do nome é
muito importante. Vale lembrar que o objetivo é agradar ao
gosto do cliente que se deseja
atingir, não ao do dono da empresa", afirma o vice-presidente de criação da agência de publicidade Full Jazz, Luiz Lobo.
"Não há verdade absoluta,
contudo. Algumas marcas antigas de sucesso talvez hoje não
tivessem seus nomes aprovados por profissionais", ressalta.
Outras línguas
Para o empresário Caíto
Maia, uma marca precisa conter um elemento de "verdade"
para dar certo. Esse foi o norte
adotado por ele ao criar a rede
de óculos de sol Chilli Beans.
"Foi intuitivo, veio o nome e
coloquei. Eu já gostava de comida mexicana e adoro pimenta. Tenho, inclusive, uma coleção delas", assinala ele, que
contou com a ajuda de uma
agência de publicidade para
construir a marca.
Antes de a rede ficar conhecida, no entanto, Maia havia lançado outra marca, a "Blue Velvet", no mercado atacadista.
"Aproveitei para mudar quando entrei no varejo", revela.
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