São Paulo, domingo, 10 de dezembro de 2006


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Batizado de empresa deve respeitar regras

Especialistas recomendam pensar no público-alvo

DENISE BRITO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Assim como a escolha do nome de um filho, a definição do título pelo qual a empresa deverá se tornar conhecida no mercado é um passo importante no processo de sua criação.
Diferentemente da razão social, que não é exposta ao público, a marca e o nome fantasia da empresa são usados na divulgação e devem contemplar características que otimizem investimentos em torná-los conhecidos, como sonoridade, facilidade de memorização e associação com atributos positivos.
"É preciso ser visionário. Quanto mais o empreendedor puder utilizar essa marca na qual começa a investir, melhor será para ele", afirma Paulo Sérgio Quartiermeister, professor da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing).
Entre os cuidados recomendados está o de se prevenir contra eventuais restrições de uso devido à limitação do significado do nome escolhido. Uma confecção de roupas para gestantes chamada "Mammy", por exemplo, dificultaria em uma futura extensão de linha, com roupas para outros públicos.
"Em uma situação assim, o investimento em tornar a marca conhecida não seria aproveitado", pontua Quartiermeister.
Por outro lado, há que se considerar a facilidade em usar palavras com sentido relacionado à vocação da empresa. "Deve-se perguntar que tipo de atributo se deseja embutir na marca e buscar nomes que contribuam para a associação desejada", aconselha o diretor de criação da agência de publicidade Lew, Edgard Gianesi.
Estrangeirismos -como nomes em inglês- podem ser desejáveis quando a área de atuação da empresa valoriza as diversidades culturais e tecnológicas. "A fonética do nome é muito importante. Vale lembrar que o objetivo é agradar ao gosto do cliente que se deseja atingir, não ao do dono da empresa", afirma o vice-presidente de criação da agência de publicidade Full Jazz, Luiz Lobo.
"Não há verdade absoluta, contudo. Algumas marcas antigas de sucesso talvez hoje não tivessem seus nomes aprovados por profissionais", ressalta.

Outras línguas
Para o empresário Caíto Maia, uma marca precisa conter um elemento de "verdade" para dar certo. Esse foi o norte adotado por ele ao criar a rede de óculos de sol Chilli Beans.
"Foi intuitivo, veio o nome e coloquei. Eu já gostava de comida mexicana e adoro pimenta. Tenho, inclusive, uma coleção delas", assinala ele, que contou com a ajuda de uma agência de publicidade para construir a marca.
Antes de a rede ficar conhecida, no entanto, Maia havia lançado outra marca, a "Blue Velvet", no mercado atacadista. "Aproveitei para mudar quando entrei no varejo", revela.


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