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São Paulo, domingo, 14 de setembro de 2003


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Viúva "cai de pára-quedas" na loja da família

FREE-LANCE PARA A FOLHA

No Dia dos Namorados deste ano, Cesar Pattoli, 57, sentiu-se mal na loja batizada com o nome da filha. "Entrou conversando comigo, sentou-se em um banco e morreu. Deixou tudo na minha mão", relata a mulher, Selma Maria Pattoli, 50.
Dona-de-casa a vida toda, ela explica que o marido tocava o negócio sozinho. "Eu, por comodidade, não era muito interessada. Ele nunca me deixou pagar nem uma conta de luz", afirma.
E como fazer, se era ele que sabia o que comprar, se era ele que tinha tino para o comércio, se era ele que tomava todas as decisões? "Não sei onde tenho buscado força. Tenho de administrar a perda e o negócio e ainda ter jogo de cintura para fazer coisas que nunca fiz."
Em uma feira que visitou há poucos dias, ela diz ter se sentido perdida. "Vi coisas lindas, mas tive receio de comprar e não vender. Ele tinha iniciativa; eu caí na loja de pára-quedas", compara.
Para reabrir e "entender" a loja, que fica no Brooklin (zona sul de São Paulo) e comercializa perfumes e acessórios femininos, a nova empresária teve ajuda da filha, Bianca Pattoli, 20, e do gerente de seu banco.
Mas as anotações da agenda do marido -que tinha cronograma estabelecido até o dia 27 de agosto- serviram de manual. "Segui sem pensar, estava tudo lá."
Amanhã, por volta das 9h30, quando fizer sua oração diária antes de abrir as portas da loja, dará início à terceira semana sem a agenda do marido. "É como inaugurar de novo", diz.



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