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Viúva "cai de pára-quedas" na loja da família
FREE-LANCE PARA A FOLHA
No Dia dos Namorados
deste ano, Cesar Pattoli, 57,
sentiu-se mal na loja batizada com o nome da filha.
"Entrou conversando comigo, sentou-se em um banco e
morreu. Deixou tudo na minha mão", relata a mulher,
Selma Maria Pattoli, 50.
Dona-de-casa a vida toda,
ela explica que o marido tocava o negócio sozinho. "Eu,
por comodidade, não era
muito interessada. Ele nunca me deixou pagar nem
uma conta de luz", afirma.
E como fazer, se era ele que
sabia o que comprar, se era
ele que tinha tino para o comércio, se era ele que tomava todas as decisões? "Não
sei onde tenho buscado força. Tenho de administrar a
perda e o negócio e ainda ter
jogo de cintura para fazer
coisas que nunca fiz."
Em uma feira que visitou
há poucos dias, ela diz ter se
sentido perdida. "Vi coisas
lindas, mas tive receio de
comprar e não vender. Ele tinha iniciativa; eu caí na loja
de pára-quedas", compara.
Para reabrir e "entender" a
loja, que fica no Brooklin
(zona sul de São Paulo) e comercializa perfumes e acessórios femininos, a nova empresária teve ajuda da filha,
Bianca Pattoli, 20, e do gerente de seu banco.
Mas as anotações da agenda do marido -que tinha
cronograma estabelecido até
o dia 27 de agosto- serviram de manual. "Segui sem
pensar, estava tudo lá."
Amanhã, por volta das
9h30, quando fizer sua oração diária antes de abrir as
portas da loja, dará início à
terceira semana sem a agenda do marido. "É como
inaugurar de novo", diz.
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